O total arrecadado pela Receita Federal (RF) de janeiro a novembro deste ano, no Paraná, em mercadorias contrabandeadas, já é próximo de US$ 160 milhões.
O valor é quase 10% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando as apreensões totalizavam US$ 144 milhões.
Se for considerada toda a 9.ª Região, que abrange também o Estado de Santa Catarina, estima-se que o ano feche com US$ 250 milhões em itens apreendidos – valor que pode subir para US$ 600 milhões se levado em conta o valor de venda dos produtos no mercado, segundo estimativa do superintendente da Receita Federal na 9ª Região, Luiz Bernardi.
O maior aumento no número de apreensões foi nos produtos eletrônicos, que totalizaram US$ 5,3 milhões – cerca de 33% mais que os quase US$ 4 milhões apreendidos entre janeiro e novembro do ano passado.
Muitas drogas também foram apreendidas em 2010. Entre janeiro e novembro foram recolhidos 2,67 toneladas de maconha, 5,2 kg de haxixe, 47,5 kg de cocaína, 97,2 kg de crack e 2,56 mil frascos de lança-perfume.
O maior crescimento foi no volume de crack apreendido, que cresceu 130%. Já os volumes de maconha (-10,6%) e cocaína (-98,7%) diminuíram.
Fim de ano
“Teremos reforço neste final de ano para continuar com a fiscalização intensa. A expectativa é de muitas apreensões, principalmente de celulares, home-theaters e GPSs, que são muito procurados no fim do ano”, afirma Sérgio Lorenti, chefe da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da 9.ª Região da RF.
De acordo com ele, os produtos contrabandeados geralmente vêm da China, através do Oceano Pacífico, até o Paraguai, de onde são trazidos para o Brasil e distribuídos em vários estados.
“Eles tiram uma vantagem financeira muito grande pelo não pagamento dos tributos. E os empregos gerados nessa compra do Paraguai também não ficam no Brasil. Quanto mais se compra lá, mais desemprego e prejuízo para a indústria brasileira”, ressalta Sérgio. “Temos que desmistificar que isso é trabalho de amador. O narcotráfico gera emprego, o contrabando emprega muitas pessoas, a pirataria gera empregos, só que com a morte de muitos inocentes”, destacou Bernardi.
Operações
No Paraná, a RF realizou este ano 817 operações de repressão aos ilícitos aduaneiros. O trabalho será intensificado e o número deve aumentar até o final do ano. No total, 886 pessoas foram presas por contrabando e descaminho este ano. Já o número de veículos apreendidos, só até novembro, passa de 4,1 mil.