Advogado tenta libertar delegado Nasser Salmem

O advogado Antônio Augusto Figueiredo Bastos, da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), entrou ontem com pedido de liberdade provisória para o delegado Nasser Salmem – titular da delegacia de Bocaiúva do Sul – que foi preso em flagrante na tarde de quinta-feira, acusado de prática de concussão (extorsão praticada por funcionário público). “Ele não tem antecedentes criminais e tem residência fixa, então não há porque responder preso pela acusação”, justificou o defensor. Até o início da noite a Justiça ainda não tinha se manifestado a respeito do pedido.

Nasser e o advogado Nelson Valter foram flagrados pelos promotores Luiz Fernando Dellazari e Dicésar Krepsky, da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), instantes após terem recebido R$ 500,00 do motorista de caminhão Rodolfo Guth, 37, com a promessa de que iriam destruir uma carta precatória e um inquérito que Guth teria que responder por ter sido apanhado usando uma carteira de habilitação falsificada.

Denúncia

O próprio motorista denunciou a extorsão à PIC e gravou conversas entre ele e o advogado, nas quais a quantia a ser paga estava sendo acertada. A princípio ele deveria entregar R$ 4 mil, porém depois de uma negociação o valor baixou para R$ 3,5 mil. Na gravação o advogado garante que o inquérito iria desaparecer e que não poderia negociar um valor mais baixo porque o delegado não aceitava reduzir o preço.

Do total combinado, Guth levou R$ 500,00 para a delegacia e os entregou ao advogado, na sala de Nasser. As notas estavam marcadas e foram apreendidas pelos promotores – no bolso do advogado – no momento do flagrante, assim como a carta precatória expedida pela Polícia Rodoviária Federal, que estava rasgada na gaveta da mesa do policial. Também um funcionário da delegacia, Mário Luiz, foi autuado, pois estaria ameaçando Guth para que aceitasse a extorsão.

Defesa

Figueiredo Bastos, em defesa de Nasser, diz que tudo isso não passa de um grande equívoco e que o dinheiro entregue por Guth seria referente a honorários do advogado.

Já o delegado-geral da Polícia Civil, Adauto Abreu de Oliveira, informou ontem que o caso será apreciado pelo Conselho da Polícia Civil na terça-feira após o Carnaval e que o delegado acusado responderá a processo disciplinar.

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