Acusado de exigir e receber R$ 7 mil da família de um preso sob a condição de entrega à polícia, o advogado J.B.S, 50 anos, foi preso por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e autuado em flagrante por tráfico de influência. A prisão ocorreu às 18h30 de quinta-feira, no Hauer, em Curitiba. Ele foi encaminhado ao Centro de Triagem II, em Piraquara.
O delegado Renato Bastos Figueroa, do Cope, informou que no dia 26 de junho estava fazendo uma investigação e prendeu Edemar Camiccia, 25 anos, que estava com mandado de prisão por furto qualificado. Na tentativa de escapar, o rapaz ainda forneceu o nome Alessandro Castanha, mas foi descoberto. Edemar já tinha passagens pela polícia do Paraná e Santa Catarina. Após a prisão, a esposa de Edemar procurou o advogado J.B.S. para defender seu marido. J.B.S. lhe cobrou R$ 2,5 mil como honorários advocatícios.
Após a contratação, o advogado procurou o Cope, teve contato com o cliente e acesso ao inquérito. Talvez acreditando que seria fácil colocar o cliente em liberdade, o advogado procurou a família dias depois para pedir mais dinheiro. ?Ele disse que o escrivão e o delegado, no caso eu, estaríamos pedindo R$ 10 mil para facilitar a vida do Edemar?, contou Renato. A mulher informou que não teria como conseguir o valor e o advogado reduziu para R$ 7 mil. ?O problema foi que o valor foi pago, mas o preso não foi liberado?, contou o delegado. Como a mulher pagou e seu marido não saía da prisão, começou a cobrar do advogado por que seu marido não era liberado. Mas o advogado insistiu que havia entregue o dinheiro ao delegado e ao escrivão. ?Chamamos a mulher para ser interrogada e ela confirmou toda a história. Também temos outras provas contundentes que incriminam o advogado?, salientou o delegado, que após as investigações pediu a prisão do advogado, que foi decretada pelo juiz.
O crime de tráfico de influência prevê pena de 2 a 5 anos e pode ser aumentada em dois anos e meio, já que o advogado garantiu que os policiais receberam o dinheiro.