Advogada presa ao tentar subornar policiais

Acusada de oferecer dinheiro a policiais militares da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone) para que soltassem dois traficantes, a advogada Silvia Leontina Moro Pires, 51 anos, foi presa em flagrante, no início da tarde de ontem. Ela foi conduzida ao 5.º Distrito Policial (Bacacheri), e autuada por corrupção ativa pela delegada Márcia Marcondes.

Os clientes da defensora, Maurício Teixeira da Silva, 31, e Ronaldo de Lara Martins, 19, também foram autuados no mesmo artigo do Código Penal (corrupção). Ironicamente, pela pouca quantidade de maconha que portavam, iriam responder apenas em termo circunstanciado e não ficariam recolhidos. Ronaldo também irá responder por posse de munição.

O tenente Carlos César Peres, da Rone, contou que recebeu denúncias de que ocorria venda de drogas próximo ao Colégio Cecília Meireles, no Bairro Alto. Policiais da Rone, da Companhia de Choque e do Canil foram atender a ocorrência, viram Maurício em atitude suspeita e o revistaram. "Ele já tem antecedente criminal por tráfico de drogas e estava com uma pequena quantidade de maconha e R$ 4.138,00. Ofereceu todo o dinheiro para que os policiais o liberassem, o que não foi aceito", disse Peres. Em seguida, os PMs foram até a casa de Maurício, na Rua Heitor Baggio Vidal, onde encontraram 47 projéteis de calibre 38 e lá também prenderam Ronaldo.

Novo suborno

Os policiais estavam na frente da casa quando a advogada chegou. "Ela falou se não dava para ir para os finalmentes. Fiz que não entendi e ela ofereceu R$ 5 mil. Ainda disse que era pouco devido ao número de policiais. Então, ela ofereceu os R$ 5 mil na hora e que poderia arrumar mais até o final da tarde, momento em que dei voz de prisão", contou o oficial, que gravou a conversa no telefone celular.

Apesar da gravação, Silvia alegou ter ocorrido um "mal entendido". "Não teve gravação nenhuma. É mentira", assegurou. Ela negou ter oferecido o dinheiro e disse que irá provar sua inocência. A gravação foi entregue para a delegada Márcia Braga, que deverá solicitar perícia.

Ordem

Representando a Ordem dos Advogados do Brasil, secção Curitiba, o advogado Elias Mattar Assad esteve na delegacia para avaliar a conduta da profissional e garantir os direitos dela. "Isto não é sinônimo de que defendemos este tipo de situação. A defesa da advogada será feita por um defensor constituído por ela ou por ela própria", explicou Mattar.

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