A empregada doméstica Silvânia Clarindo de Souza confessou à polícia ter seqüestrado, de dentro de maternidade do Estado de São Paulo, três das quatro crianças que registrou como seus filhos. O primeiro seqüestro cometido pela mulher, que se passava por enfermeira, foi o da adolescente Danieli, de 13 anos, retirada do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, quando tinha apenas cinco dias de vida. Para esclarecer este caso a equipe da Delegacia de Investigação Geral (DIG), de Santos, esteve no Paraná e entrou em contato com parentes biológicos da garota, que moram em Curitiba.
A descoberta de que Danieli também teria sido mais uma vítima de Silvânia aconteceu quando as tias da menina assistiam em um telejornal o escândalo envolvendo a empregada doméstica. As mulheres logo suspeitaram que a sobrinha delas poderia ser uma das crianças levadas da maternidade paulista. “Nós notamos que a idade era compatível e que o hospital de onde a criança foi levada era o mesmo”, contou Roseli dos Santos, uma das tias da menina.
A equipe da Delegacia de Investigação Geral de Santos, chefiada pelo delegado Gaetano Virgine, esteve ontem em Curitiba e recolheu material para exame de DNA de parentes de Márcia Aparecida Jeremias, mãe biológica da garota, que morreu em 1998.
Seqüestros
Além de Danieli, Silvânia confessou à polícia paulista o seqüestro de outras duas crianças, Felipe, 3 anos, e Alexsandro, 7, retirados dos braços de suas mães para um suposto exame do pezinho. Eles também estavam no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos.
Quanto à quarta criança, Daiane, 10 anos, também registrada em nome da empregada doméstica, a versão é outra. A mulher garante que a criança foi entregue a ela pela mãe biológica mediante proposta de R$ 4 mil, em dinheiro, para o pagamento de uma cirurgia de laqueadura de trompas e cestas básicas. A polícia garante que dos quatro filhos registrados em nome de Silvânia, esta é a única que não foi sequëstrada de hospitais.
Atualmente, a falsa enfermeira responde em liberdade a quatro inquéritos: subtração de incapaz e parto suposto no caso de Filipe, e parto suposto nos casos de Alexsandro, Danieli e Daiane.