Voto a voto

O eleitorado paranaense – 7,1 milhões – dividiu-se meio a meio em relação aos candidatos ao governo, Roberto Requião, atual ocupante do Palácio Iguaçu, e o senador pedetista Osmar Dias, que conseguira adiar a definição para anteontem, mas não logrou suplantar o adversário. Contudo, apenas dez mil votos lastrearam a terceira vitória de Requião.

Assim, o governador que a partir de 1.º de janeiro inicia o mandato será o único paranaense (e talvez brasileiro) a governar seu estado por três vezes, eleito pelo voto direto, fato que pode e deve ser tido como façanha sem precedentes e digna de encômios.

No caso de Requião, quis a conjuntura atribuída aos deuses da política -, não se duvide de sua existência -, que a eleição anterior e esta fossem obtidas sobre os irmãos Alvaro e Osmar, personalidades relevantes da vida pública estadual.

O clima de festa ficou empanado pelo exíguo percentual a favor de Requião, somente definido quando restavam escassos cem mil votos a apurar, transformando a eleição paranaense na mais renhida e emocionante de todas quantas foram realizadas no domingo.

Destarte, a visão político-administrativa do governador deve estar voltada, desde já, para uma realidade que além de incômoda é indesejável, porquanto se desenha no horizonte socioeconômico uma linha divisória que o chefe do Executivo deve fazer todo o esforço para eliminar. Ao compor o governo e formular seus projetos prioritários, Requião não poderá transigir com inclinações pessoais, mas assumir por inteiro a tarefa de governar para a maioria.

A campanha, compreendidos o primeiro e o segundo turno, foi parca de idéias e propostas incisivas dos candidatos em relação ao Paraná do futuro. Na falta delas, muito tempo foi gasto em acusações e tentativas de minar a resistência de um e outro dos que polarizaram a atenção do eleitorado. A sociedade organizada e os mais simples cidadãos esperavam e mereciam melhor tratamento.

Os eleitores fizeram sua parte e votaram de acordo com a idiossincrasia e gosto pessoal. Ao governante cabe avaliar o resultado e entender o recado que a sociedade transmitiu.

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