Volume de investimentos estrangeiros em março surpreende Banco Central

Brasília – O saldo de conta corrente, no mês de março, foi positivo em US$ 817 milhões, com queda de 36,22% em relação ao saldo registrado no mesmo mês do ano passado, depois de computadas todas as transações comerciais e financeiras com o exterior. Em compensação, o saldo de conta corrente no trimestre soma US$ 1,694 bilhão e supera o resultado do mesmo período do ano passado, que foi de US$ 1,574 bilhão.

Os números foram divulgados no relatório de março sobre Setor Externo, divulgado nesta terça-feira (24) pelo Banco Central, e mostram que a grande surpresa no mês foi o volume de investimento estrangeiro direto (IED) no setor produtivo, que somou US$ 2,778 bilhões. O aumento corresponde a 70,53% em comparação com março do ano passado, e foi bem maior que o total de US$ 1,2 bilhão projetado pelo BC.

Com isso, a entrada de investimento estrangeiro no primeiro trimestre do ano somou US$ 6,578 bilhões, ficando acima dos US$ 3,957 bilhões de IED em igual período de 2006, como ressaltou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, ao apresentar o relatório e anunciar que, até hoje (24), entraram US$ 1,7 bilhão de recursos diretos no mês. A expectativa é de que chegue a US$ 2 bilhões em abril.

De acordo com o relatório do BC, o balanço de pagamentos registrou superávit (saldo positivo) de US$ 8,529 bilhões no mês passado, dos quais US$ 817 milhões em conta corrente que soma saldo de US$ 13,4 bilhões nos últimos 12 meses. O volume equivale a 1,23% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país, mas registrou queda em relação aos 1,28% do PIB no saldo dos 12 meses terminados em fevereiro.

A conta capital e financeira apresentou ingressos líquidos de US$ 7,643 bilhões em março, com destaque para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) de US$ 3,324 bilhões, bem como para os US$ 2,778 de IED e para os US$ 3,7 bilhões de investimentos estrangeiros em carteira.

Em contrapartida, a conta de serviços teve déficit (saldo negativo) de US$ 835 milhões, com expansão de 26,5% em relação a março de 2006. As despesas líquidas com transportes somaram US$ 308 milhões; royalties e licenças atingiram US$ 97 milhões; aluguel de equipamentos, US$ 455 milhões; e computação e informação, US$ 182 milhões. Essas despesas foram compensadas, em parte, por ingressos líquidos de US$ 397 milhões.

Voltar ao topo