O volume de água dos rios do Paraná apresenta quedas diárias, de acordo com o monitoramento realizado pela Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa). O balanço apresentado nesta semana realizado em onze bacias hidrográficas registrou as vazões dos últimos 75 anos. ?A falta de chuva abrange todo Estado. Ela é demonstrada nas 753 estações pelo monitoramento pluviométrico ? que medem a quantidade de chuvas das margens dos rios e fluviométricas ? medem a quantidade de água nos rios. O monitoramento diário é feito por 650 observadores que fazem as leituras?, explicou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.
A situação mais crítica observada pelo monitoramento é a do Rio Iguaçu. A estação localizada na Ponte da BR 277 indicou neste mês de julho uma vazão de 4,06 metros cúbicos por segundo, sendo que a média normal é de 11, 97 metros cúbicos por segundo. A menor média do Rio Iguaçu havia sido registrada em 1978 quando a marca alcançada foi de 0,38 metro cúbico por segundo.
As Cataratas do Iguaçu têm sua vazão medida pela Suderhsa desde 1942, mantendo uma vazão média de 1,5 mil metros cúbicos por segundo. Para se ter uma dimensão da situação, sua vazão baixou 66 metros cúbicos por segundo em um período de nove dias, atingindo um volume de água de 280 metros cúbicos por segundo.
O Rio Negro, localizado no município de Rio Negro, com vazão média de 66 metros cúbicos por segundo caiu para apenas 13.
Em São Jorge do Oeste o Rio Chopin também apresentou a menor vazão de suas águas. A média histórica do rio é de 199 metros cúbicos por segundo, e no momento não chega a 30 metros cúbicos, já prejudicando o abastecimento da região. ?É importante que as pessoas tomem conhecimento e assimilem a importância dos rios em cada região do Estado?, disse o geógrafo da Suderhsa, Nilson Antonio de Morais, responsável desde 1976 pela elaboração dos gráficos com as vazões mínimas e as médias históricas dos rios do Paraná.
A estação localizada em Porto Amazonas também está comprometida pela baixa vazão do Rio Iguaçu que em apenas nove dias diminui 40 metros cúbicos por segundo e nesta semana registrou 20 metros cúbicos por segundo de vazão. A média histórica na estação de porto Amazonas é de 76,90 metros cúbicos por segundo.
Na região norte, município de Jataizinho, o Rio Tibagi, que tem um volume de água médio 399,54 metros cúbicos por segundo, apresentou 55 metros cúbicos de vazão.
Para o diretor de Recursos Hídricos da Suderhsa, Emílio Trevisan, o Estado passa por uma grande seca. ?As pessoas devem economizar água ao máximo. Com este monitoramento sabemos que geralmente só começa a chover na primavera, mas neste ano a previsão de chuva para agosto é menor do que a do mês de julho, caindo de 90 para 80 milímetros?, ressaltou o diretor.
Em alguns municípios vizinhos de Curitiba o abastecimento de água já está comprometido. É o caso do município de Rio Branco do Sul e de Colombo. O volume de água captada normalmente pela Sanepar na Região Metropolitana de Curitiba é de 9 metros cúbicos por segundo. No último mês o reservatório da represa do Passaúna captou somente 2 metros cúbicos por segundo.