Volta ao trabalho da PF em Brasília foi aprovada durante assembléia

Brasília – Delegados, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal realizaram assembléia-geral nesta sexta-feira (25) cedo, em frente ao edifício-sede do Departamento de Polícia Federal, e resolveram voltar ao trabalho depois de três dias parados, como forma de pressionar o governo a pagar os 30% negociados no ano passado, e que deveriam ser dados no início deste ano.

O aumento não veio no tempo acordado, e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão se negou, inclusive, a reconhecer o acerto feito com o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Isso dificultou as negociações, que vinham se arrastando desde fevereiro último, e que resultaram na paralisação de 72 horas, iniciada na terça-feira (22).

Mesmo depois de reconhecer a ?dívida?, o governo pretendia pagá-la em duas parcelas iguais, em 2008 e 2009, sob o argumento de não prejudicar as metas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Após quatro rodadas de negociações, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, propôs na reunião de ontem (24) que o reajuste fosse dado em três vezes: o equivalente a 9% em setembro próximo, 16% em fevereiro do ano que vem e os restantes 5% em fevereiro de 2009.

Na assembléia de hoje, que contou com a participação aproximada de 300 pessoas, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais (Sindipol) em Brasília, Cláudio Avelar, disse que não era o aumento que todos queriam, mas era o possível, de acordo com o entendimento do governo. Colocada em votação, a proposta foi aprovada por 85 a 30, enquanto a maioria se absteve de votar.

Cláudio Avelar reafirmou que ?não é o que a gente queria; mas não deixa de ser um ganho?, e convidou os presentes a comemorar. Insatisfeito com o resultado final da proposta que conseguiram arrancar do governo, o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Sandro Torres Avelar, reconheceu, contudo, que ?foi a negociação possível?.

Resolvida essa questão, segundo ele, o próximo passo agora será a discussão da Lei Orgânica, com vistas a dar mais autonomia administrativa e financeira à Polícia Federal. Uma das sugestões, acrescentou, é transformar o DPF em agência ? nos moldes das agências reguladoras –, mesmo que mantenha vínculo com o Ministério da Justiça.

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