Visitantes terão de deixar 10 impressões digitais nos EUA

As autoridades de imigração dos Estados Unidos deverão tomar as dez impressões digitais de todos que entrarem no país para incluí-las em um banco de dados partilhado com o FBI, o que motivou duras críticas de grupos de defesa dos direitos civis.

A informação foi publicada neste domingo (07) pelo jornal britânico The Observer, segundo o qual, em meio à luta contra o terrorismo, os dados obtidos através deste procedimento serão compartilhados com outras agências de segurança. Não haverá qualquer restrição ao uso das digitais em escala internacional.

Até o momento, nos aeroportos americanos são tomadas apenas duas impressões digitais. A ampliação do procedimento aos outros dedos servirá para tornar os dados de cada visitante compatíveis com o banco de informações do FBI.

"Vamos começar os testes em vários aeroportos neste verão", confirmou um porta-voz do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos. O plano americano foi duramente criticado pelo grupo britânico de direitos civis Liberty.

"Armazenar as impressões digitais de milhões de passageiros inocentes não servirá para dissuadir potenciais terroristas", afirmou a diretora da ONG, Shami Chakrabarti.

"Essa proposta realmente maníaca transforma milhares de viajantes que respeitam a lei em suspeitos de terrorismo", denunciou Simon Davies, diretor do Privacy International. Advertiu ainda para o risco de visitantes terem problemas, caso seus dados sejam confundidos com os de outra pessoa, "já que a tecnologia deixa muito a desejar".

Relatório do grupo de direitos civis Statewatch cita um estudo japonês de 15 sistemas biométricos, em que 11 deles não conseguiram detectar falsas impressões digitais quando a parte interna dos dedos era coberta com fita adesiva. Nos EUA, o plano de tomar as dez impressões digitais também causou preocupação entre grupos de defesa das liberdades, que acusam o governo de usar o pretexto da luta antiterrorista para reforçar o controle sobre os cidadãos.

Voltar ao topo