Vendas do comércio varejista têm queda de 0,45% em julho

Rio de Janeiro – As vendas no comércio varejista voltaram a cair em julho. De acordo, com os resultados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta terça-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recuo foi de 0,45% em relação ao mês anterior. Em junho, também houve queda de 0,31% no volume de vendas do comércio.

Em relação a julho de 2005, o levantamento indicou crescimento de 2,30% no volume de vendas do comércio varejista.  O setor que mais influenciou o resultado foi o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que teve expansão de 4,97%. Embora positiva, a taxa é menor do que as que vinham sendo observadas nos meses anteriores comparados aos mesmos períodos do ano passado: junho: 3,97%; maio: 7,40%; e abril: 7,46%.

Segundo a pesquisa, todas as atividades pesquisadas tiveram resultados negativos de junho para julho de 2006. O setor que teve o pior desempenho foi o de móveis e eletrodomésticos, com retração de 2,65%. Também recuaram as vendas de tecidos, vestuário e calçados (0,72%); de combustíveis e lubrificantes (0,44%); e de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,46%).

Segundo Reinaldo Pereira, da coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, a queda nesse período pode ser explicada pelo endividamento das famílias. ?Nós acreditamos que as famílias estejam chegando ao limite de endividamento, com a diminuição no uso do crédito, principalmente para a compra de bens duráveis, mas com reflexo também em bens não duráveis, como alimentação e outros artigos", disse. "O crédito continua sendo oferecido, as famílias é que parecem que estão no seu limite de endividamento?.

Sobre a taxa de julho deste ano em relação ao mesmo mês de 2005, Pereira explicou que o crescimento registrado em abril, maio e junho deste ano estava sendo puxado pelo bom desempenho do setor de móveis e eletrodomésticos, favorecido pelo aumento na oferta de crédito. Agora, o crescimento, em menores níveis, está sendo sustentado pelo setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que é mais sensível ao aumento no emprego e no rendimento médio das famílias, registrado de julho de 2005 para cá. ?A variável renda está tomando lugar da variável crédito?, destacou Pereira.

Para ele, os últimos resultados mensais de junho e julho, quando comparados aos meses imediatamente anteriores, que estariam sendo ocasionados pelo alto nível de endividamento das famílias, indicam uma tendência futura geral de desaquecimento para as vendas do comércio.

Nos seis primeiros meses de 2006, as vendas do comércio varejista acumulam expansão de 5,18% em relação ao mesmo período do ano passado.

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