VarigLog é a única que ainda mantém interesse na compra da Varig

Rio de Janeiro – O segundo leilão judicial da Varig, marcado para amanhã (20) pela Justiça fluminense, não deverá apresentar nenhuma surpresa, de acordo com avaliação do mercado. Deve persistir a única oferta de compra apresentada pela VarigLog, ex-subsidiária da companhia aérea.

Segundo informou a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, até o momento nenhum novo possível investidor retirou a guia no órgão para efetuar o depósito judicial de US$ 24 milhões. O valor corresponde aos desembolsos de até US$ 20 milhões que vêm sendo efetuados diariamente pela VarigLog para fluxo de caixa da Varig, acrescidos de um prêmio de 20%.

Se não for demonstrado durante o pregão interesse da parte de outro grupo de investidores, a Varig Operacional, que reúne todas as operações de transporte aéreo regional da Varig e da Rio Sul, passará ao controle da VarigLog. Caso o comprador seja outra empresa, além do depósito judicial prévio, ela deve superar o preço mínimo fixado para o leilão em US$ 24 milhões e apresentar carta de fiança no valor de US$ 75 milhões, além de assumir as chamadas obrigações acessórias.

Estas obrigações incluem a emissão de duas séries de debêntures com valor de face de R$ 50 milhões cada, mais juros equivalentes em dez anos a R$ 42 milhões, que serão utilizadas para pagamento de parte da dívida junto aos trabalhadores e ao fundo de pensão Aerus.

O comprador poderá optar por quitar as debêntures à vista pelo valor com desconto de R$ 41,481 milhões cada série.

O vencedor do leilão deverá assumir também o programa de milhagem Smiles e o transporte a executar, que envolve as passagens já vendidas pela Varig e ainda não utilizadas pelos clientes.

Se a VarigLog vencer o leilão, as previsões são de efetuar no dia seguinte ao pregão um depósito de US$ 75 milhões, desembolsando o mesmo valor 30 dias após, informou o advogado da companhia, Leonardo Viveiros de Castro. Os desembolsos totais da VarigLog para compra da Varig alcançam em torno de R$ 500 milhões. Além disso, existe o comprometimento de investir na companhia até US$ 485 milhões ao longo do plano de negócios. A empresa Varig que sairá do leilão, começará operando 13 aviões, com um total de 1.500 funcionários.

A Varig remanescente, ou Varig velha, que permanecerá em recuperação judicial, vai operar sob a marca Nordeste Linhas Aéreas com um avião e 50 empregados, fazendo a rota São Paulo/Porto Seguro, além de vôos charters.

Cerca de 8.500 funcionários da Varig deverão ser demitidos. Para regular as relações de trabalho e a quitação de créditos junto aos empregados, será realizado um acordo coletivo, que deverá também estabelecer as preferências para a contratação de funcionários desligados da empresa.

No primeiro leilão judicial, realizado no dia 8 de junho passado, a vencedora foi a empresa NV Participações, representando os Trabalhadores do Grupo Varig(TGV), que ofertou R$ 1,010 bilhão pela Varig Operacional. Como a NV não depositou a primeira parcela do pagamento, previsto no edital do leilão, a Justiça do Rio de Janeiro declarou o leilão ?deserto?, anulando seu resultado.

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