Vale do Rio Doce tem lucro recorde de R$ 10,4 bilhões

A Companhia Vale do Rio Doce, líder mundial no mercado de minério de ferro, bateu novo recorde operacional e financeiro, pelo terceiro ano consecutivo, e registrou em 2005 lucro líquido de R$ 10,443 bilhões. Embalada pelo reajuste de 71 5% no preço internacional do minério no início do ano passado – um aumento sem precedentes cuja negociação no mercado foi capitaneada pela própria Vale – e pela forte elevação de sua produção, a mineradora obteve o segundo melhor resultado entre todas as empresas nacionais. De acordo com os balanços divulgados até agora, ficou atrás somente da Petrobras, que obteve o lucro imbatível de R$ 23,7 bilhões.

O resultado da Vale foi 61,7% superior aos R$ 6,43 bilhões de lucro de 2004, que já representavam 43,3% a mais do que o resultado de 2003. O lucro de 2005 é o maior já registrado por empresas privadas na América Latina, segundo ranking elaborado pela Economática. A consultoria converteu a dólares os resultados já anunciados de companhias estatais e privadas de capital aberto do Brasil, Argentina, México, Venezuela, Colômbia Chile e Peru, desde 1996.

A mineradora desponta como a que melhor remunera seus investidores. De 2001 a 2005, distribuiu aos acionistas R$ 11,4 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio. Somente no ano passado, os acionistas receberam R$ 3,1 bilhões, o equivalente a R$ 2,68 por ação, outro recorde alcançado pela companhia, que há cerca de dois anos mudou sua forma de remuneração, passando a distribuir dividendos sobre o exercício ano em curso.

Para 2006, a Diretoria Executiva submeterá ao Conselho de Administração proposta para pagamento de remuneração mínima ao acionista no valor de US$ 1,3 bilhão.

No ano passado, a receita bruta do grupo Vale foi de R$ 35,350 bilhões, a mais elevada da história da companhia, e 21,8% acima da obtida em 2004. Para se ter uma idéia do quanto pesou o preço do minério de ferro no resultado geral, as vendas de minerais ferrosos foram responsáveis por 70,3% da receita total. A companhia aproveitou o bom momento do mercado, com a demanda inflada pelo crescimento de consumo na China, para conquistar o reajuste histórico de 71,5%.

Na década de 70, marcada também pelo aquecimento na procura do minério, matéria-prima para a fabricação de aço, os maiores aumentos ficaram em torno de 30%. Para este ano, a Vale ainda está negociando reajustes. O mercado aposta num porcentual em torno de 15% sobre preços já valorizados.

O aumento da produção, o crescimento das vendas e o preço internacional firmam a Vale no topo da lista entre as principais exportadoras líquidas brasileiras. Sozinha, a companhia respondeu por 14,1% do superávit recorde de US$ 44,8 bilhões da balança comercial alcançado no ano passado. As exportações da companhia somaram US$ 7,021 bilhões, 26,9% acima do total de 2004 e as exportações líquidas (exportações menos importações) foram US$ 6,339 bilhões, 37,3% acima do resultado de 2004.

As receitas de vendas para a China passaram dos R$ 3,079 bilhões de 2004 para R$ 5,154 bilhões. A Ásia, que em 2005 produziu pela primeira vez mais aço do que todas as demais regiões do mundo, vem em seguida com 29,2%, tendo ultrapassado a Europa, cuja fatia na receita total corresponde a 27,3%.

Mas, o principal destino foram países das Américas, com 37,1% do total de vendas, tendo o mercado doméstico 22,8% de participação no total da receita, e os Estados Unidos, 7,5%.

Em 2005, a Vale bateu também recordes de investimentos (R$ US$ 4 2 bilhões), venda de minério de ferro e pelotas (252,189 milhões de toneladas), transporte ferroviário de carga para clientes (28 4 bilhões de toneladas por quilômetro útil) e movimentação de carga nos portos para clientes (30,5 milhões de toneladas).

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