Uma missão da União Européia (UE) inicia, na segunda-feira, visita a propriedades rurais e frigoríficos no Mato Grosso do Sul e Paraná, onde foram registrados focos de febre aftosa no ano passado. Essa é a primeira missão européia a vir ao Brasil depois de outubro de 2005, quando começou o embargo dos europeus à carne bovina produzida nesses Estados e em São Paulo, principais exportadores do País.
A missão, formada por seis técnicos, pretende acompanhar o trabalho que vem sendo feito para erradicar a doença. Segundo o Ministério da Agricultura, os técnicos europeus visitarão também o laboratório de diagnósticos de Porto Alegre, quando serão acompanhados de técnicos do laboratório Lanagro, de Belém. A missão fica no Brasil até três de fevereiro.
A UE era, antes do embargo, o principal comprador de carne bovina in natura e industrializada do Brasil, responsável pela aquisição de 34% da produção nacional, que, na época, era de 283 8 mil toneladas. A intenção do governo brasileiro é que as restrições impostas à carne brasileira sejam suspensas o quanto antes.
Apesar do surgimento dos focos de aftosa, as exportações de carnes tiveram, no ano passado, alta de 31% se comparadas aos resultados de 2004. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, as vendas externas de carnes somaram US$ 8,066 bilhões em 2005, contra US$ 6,148 bilhões em 2004. A queda nas exportações de carne bovina in natura, provocada pelo surgimento da doença, ficou concentrada no quarto trimestre do ano passado e não afetou o desempenho anual. Em 2005, as exportações desse tipo de carne cresceram 23,2%, subindo de US$ 1,9 bilhão, em 2004, para US$ 2,4 bilhões, no ano passado.
A venda de carne brasileira no exterior contribuiu para o recorde nas exportações do agronegócio em 2005, que totalizaram US$ 43,601 bilhões, com taxa de crescimento de 11,8% em relação ao ano anterior. As exportações do agronegócio, segundo o Ministério da Agricultura, corresponderam a 37% das exportações totais brasileiras no período, que foram de US$ 118,309 bilhões.