Uma presa morre em rebelião em SP. Alvo eram outras

São Paulo, 24 (AE) – Mulheres ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) presas na Penitenciária Feminina da Capital, no Carandiru, zona norte, se rebelaram, hoje à tarde, depois que o plano de matar duas rivais fracassou. Uma detenta foi assassinada a facadas. Segundo informações da Pastoral Carcerária, não confirmadas pela Secretaria da Administração Penitenciária, outras duas mulheres teriam sido mortas. Até as 21 horas, oito pessoas eram mantidas reféns – entre elas Suzane von Richthofen, acusada de assassinar os pais, com o namorado, em 2002.

Um dos alvos das amotinadas era Aurinete Carlos Félix da Silva, a Netinha, mulher do preso César Augusto Roriz Silva, o Cesinha, fundador do PCC, mas excluído da facção criminosa. O casal está jurado de morte por ser considerado integrante do inimigo Terceiro Comando da Capital (TCC).

A outra presa condenada pela facção seria Luciana, mulher do seqüestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho. A ordem para matar Netinha e Luciana teria partido da atual liderança do PCC, na vizinha Penitenciária do Estado.

De manhã, as duas presas foram transferidas para outro presídio, provocando revolta entre as inimigas. Por volta do meio-dia, as detentas fizeram os oito reféns e deram início à rebelião, que logo se espalhou entre as 670 presas da cadeia.

Uma das reféns, a chefe dos agentes penitenciários, Sônia Regina, foi espancada. Segundo o diretor médico do presídio, Rogério Arraes, ela chegou a desmaiar, mas, às 19 horas, já estava consciente. Quitéria Silva Santos, de 35 anos, condenada a 11 anos e 10 meses por homicídio, foi esfaqueada e morreu no pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia, por volta das 19 horas. Ela cumpria pena na Penitenciária do Tatuapé e foi transferida para o Carandiru em 17 de maio.

Às 14 horas, 30 homens da Tropa de Choque da Polícia Militar entraram no presídio, mas foram substituídos por oito mulheres da mesma tropa nas negociações. Às 15h30, as rebeladas pediram uma trégua de 40 minutos.

Duas horas depois, 12 presas, todas mães com seus bebês, foram transferidas para a Penitenciária Feminina do Butantã, na zona oeste. As negociações foram suspensas às 18h30 e deverão ser retomadas amanhã de manhã. Até as 22h30, o presídio continuava cercado por forte aparato policial. Nenhum refém havia sido liberado.

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