Tropas brasileiras enfrentam maior hostilidade de gangues no Haiti, diz oficial

As tropas brasileiras da Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti (Minustah) estão enfrentando uma hostilidade maior das gangues naquele país, segundo o capitão-de-corveta Alberto Barbosa Nascimento, assessor de Comunicação da força de paz. Ele acrescentou que as gangues romperam a trégua com o governo e, depois de alguns meses de calmaria, voltaram a atacar.

Boletins de atividades da Minustah, divulgados diariamente, informam que soldados brasileiros se envolveram em pelo menos quatro confrontos armados nos últimos dez dias. Na semana passada, tropas brasileiras patrulhavam o bairro pobre de Bel-Air, na capital haitiana, Porto Príncipe, quando foram atacadas por sete homens armados. O Exército respondeu ao tiroteio e um desses homens armados foi morto.

O rompimento da trégua, de acordo com Nascimento, teria sido motivado pelo fortalecimento do novo governo haitiano, eleito em fevereiro, no combate às atividades ilícitas como venda de drogas e seqüestros. Como, no mês passado, o exército brasileiro passou a patrulhar a favela de Cité Soleil, uma das mais violentas de Porto Príncipe, os soldados também passaram a sofrer mais hostilidades. "É uma região que está sendo ocupada agora pelas tropas brasileiras e que ficou, por um longo período, sem a ocupação da polícia local", afirmou.

Para Nascimento, o aumento da violência nos últimos meses era esperado: "O comando do batalhão vê esse processo como algo normal e previsto, diante do fortalecimento do governo haitiano. Mas o contingente está preparado e o que tiver de ser feito será feito".

O oficial informou ainda que neste ano nenhum soldado brasileiro ficou ferido em operações no Haiti. O Brasil comanda a força de paz da Minustah e mantém 1,2 mil homens naquele país.

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