A semana das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) está movimentada. Na próxima quinta-feira (10) deverá ser divulgado o relatório da sub-relatoria de Movimentação Financeira da CPI mista dos Correios que investiga a origem do dinheiro que Marcos Valério de Souza disse ter emprestado ao PT.
O relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou na semana passada que Marcos Valério recebia dinheiro da Visanet por trabalhos de publicidade e depois depositava a verba em bancos que, posteriormente, realizariam supostos empréstimos. O Banco do Brasil é um dos acionistas da Visanet, com cerca de 30% do capital da empresa.
Além disso, diversos depoimentos também estão sendo aguardos para esta semana. A CPI dos Bingos ouve amanhã (8) Wladimir Poleto, ex-assessor de Antônio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Ele poderá ser questionado sobre reportagem da revista Veja de que o PT teria recebido US$ 3 milhões de Cuba para a campanha presidencial de 2002. Segundo a revista, Poleto disse ter levado, em um avião, três caixas de bebida de Brasília a Campinas e, lá, as entregou para Ralf Barquete, ex-secretário da Fazenda na administração municipal de Palocci, que teria dito que as caixas continham US$ 1,4 milhão.
No mesmo dia, será ouvido o deputado Jamil Murad (PCdoB-SP), que acompanhou a autópsia no corpo do prefeito de Sandro André (SP) Celso Daniel, seqüestrado e morto em janeiro de 2002. Na quinta-feira, serão ouvidas Roseana Morais Garcia, viúva de Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, prefeito de Campinas, assassinado em setembro de 2001, e Ivone Santana, ex-namorada de Celso Daniel.
Já a CPI Mista da Compra de Votos tenta novamente ouvir esta semana o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) e o ex-parlamentar Chicão Brígido, que são acusados de ter recebido R$ 200 mil para votar a favor da emenda da reeleição em 1997. Os depoimentos de ambos já foram cancelados em outras ocasiões.
Também está marcado para quarta-feira o depoimento do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto. O seu chefe de gabinete na época, José Luiz Alves, aparece na lista de sacadores de Marcos Valério. No mesmo dia, poderá ser ouvido o tesoureiro do diretório estadual do PT no Rio Grande do Sul, Marcelino Pires. Suspeita-se que o PT gaúcho tenha recebido dinheiro do esquema de Marcos Valério.