Transpetro dá início a processo de modernização de sua frota

Rio – A Transpetro, subsidiária da Petrobras, deu início hoje ao processo de modernização de sua frota, ao receber propostas de licitação para construir 26 navios de grande porte. É a primeira grande licitação realizada pela empresa nos últimos 20 anos.

O auditório montado no andar térreo da sede da Transpetro, no centro do Rio, foi pequeno para receber representantes dos metalúrgicos, do setor de construção, executivos das empresas participantes da licitação, funcionários e a imprensa. As propostas de licitação foram entregues à Comissão de Licitação exatamente às 10h30.

A primeira proposta foi do Consórcio Camargo Corrêa, formado pela Camargo Corrêa (Brasil), Andrade Gutierrez (Brasil), Queiroz Galvão (Brasil), Aker Promar e Samsung (Coréia). Em seguida, vieram o Consórcio Rio Naval, integrado pelos estaleiros Sermetal-Ivi (Brasil), IESA (Brasil), MPE (Brasil) e Hyunday (Coréia); Consórcio Brasfel, formada pela Brasfel (Brasil), Keppel Fels (Congapura) e Daewoo (Coréia); o Estaleiro Mauá Jurong (Brasil), associado ao Maric CSSC (China); o Estaleiro EISA Montagem (Brasil), associado ao STX (Coréia); e o Estaleiro Itajaí (Brasil), que participou da licitação amparado por ordem judicial, pois não havia sido pré-qualificado para participar do processo.

O Estaleiro Rio Grande (Brasil), associado ao Ishikawajima (Japão), apesar de pré-qualificado, não apresentou proposta, nem justificou a ausência. As propostas apresentadas serão analisadas pela Comissão de LIcitação e os vencedores anunciados em março.

O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não quis falar dos valores envolvidos na construção dos 26 navios antes de a comissão de licitação analisar as condições financeiras das empresas pré-qualificadas, que entregaram suas propostas hoje.

Segundo Machado, as propostas financeiras das empresas são importantes para definição do cronograma de construção dos navios. Logo que forem abertas as propostas financeiras, será possível saber quais são os cronogramas propostos pelos estaleiros. "E isso é um item importante na avaliação", disse ele, que não quis falar sobre os valores envolvidos na construção dos navios.

Machado espera que o primeiro dos 26 navios contratados entre em operação antes do fim deste ano. Ele acredita que, em março, será assinado o primeiro contrato de construção. Para ele, o programa de modernização e expansão da frota da Transpetro, que prevê a construção de 42 navios de grande porte, é uma mudança no modelo na indústria de grandes navios do Brasil.

O presidente da Transpetro ressaltou que o país não realizava uma encomenda desse porte há 20 anos. Para ele, o programa permitirá que os estaleiros nacionais se modernizem através da transferência tecnológica, conseqüência da associação com os estaleiros estrangeiros.

A indústria naval brasileira chegou a ocupar o segundo lugar no ranking mundial, na década de 70. A partir daí, entrou em decadência, e o quadro só começou a mudar em 1990, com a construção de plataformas e barcos de apoio. Agora, na avaliação de Sérgio Machado, com o programa de modernização e expansão da frota de navios de grande porte da Transpetro, a indústrial naval brasileira poderá recuperar o tempo perdido e voltar a se destacar num mercado que movimenta cerca de US$ 70 bilhões por ano.

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