Trabalho do Paraná sobre hantavirose recebe prêmio

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Divisão de Zoonoses e Intoxicações, foi premiada durante a 4ª Expoepi ? mostra de experiências bem sucedidas em Vigilância Epidemiológica. O trabalho escolhido foi "Importância da Vigilância no Controle da Hantavirose no Estado do Paraná", de autoria da bióloga responsável pela Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Sesa, Giselia Burigo G. Rubio. O estudo, que abordou a incidência da doença entre os trabalhadores do corte de madeira, foi apresentado em Brasília. Cerca de 50% dos casos de hantavirose registrados atingiram os trabalhadores do corte de madeira.

Após ter o trabalho selecionado por uma banca de pesquisadores do Ministério da Saúde, Giselia apresentou o projeto para profissionais da saúde de todo o país e recebeu o prêmio de Melhor Experiência em Vigilância Epidemiológica, Prevenção e Controle de Zoonoses e de Doenças Transmitidas por Vetores.

Para Giselia, a iniciativa é importante porque é uma oportunidade para mostrar as ações desenvolvidas para melhorar o atendimento à população. "Outros estados poderão adaptar a experiência do Paraná à sua própria realidade", afirmou.

O trabalho

Entre os principais objetivos do trabalho premiado estão a implantação da Vigilância da Hantavirose, a integração da Vigilância Sanitária e Epidemiológica nos níveis regional e municipal em conjunto com a Vigilância Ambiental do nível central. Também fazem parte dos objetivos a descrição da epidemiologia da hantavirose no Paraná por tempo, lugar e pessoa, a determinação dos fatores de risco, a diminuição da incidência e letalidade e o desenvolvimento das medidas de prevenção e controle.

Os primeiros casos confirmados de hantavirose no Brasil aconteceram em 1993 no Estado de São Paulo. A transmissão dessa virose se dá principalmente por inalação de aerossóis formados a partir de secreções dos roedores silvestres.

Os serviços de Vigilância Epidemiológica do Estado do Paraná registraram 106 casos confirmados de hantavirose em nove regionais de saúde, de outubro de 1992 a dezembro de 2004. Em 2003, foram confirmados 14 casos com seis óbitos e em 2004 registraram-se cinco casos e três óbitos.

Para diminuir o número de casos, foram realizadas diversas ações, como treinamentos para as equipes de Vigilância Epidemiológica e Sanitária dos Municípios e Regionais de Saúde, e para a assistência básica, visando implantar a Vigilância da doença no Estado. Foram produzidos manuais de diagnóstico e tratamento para os serviços de saúde, panfletos educativos e fitas de vídeo para serem trabalhados com a população em geral e uma específica para a área médica.

Uma vez detectado que a grande maioria dos casos estava ocorrendo nos acampamentos de exploração do corte de pinus, várias ações foram direcionadas para este segmento, intensificando as palestras educativas para os trabalhadores e empreiteiros, visando a conscientização da importância de mudar a maneira de construção das barracas de chão batido, bem como o armazenamento adequado dos alimentos. 

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