Tomb Raider Underworld corresponde ao hype criado em volta do título?

Matéria extraída do blog GoLuck (http://goluck.wordpress.com)
Por Rafael Urbulu, editor colaborador do portal MisterApe

Quando você fala “Tomb Raider”, automaticamente a sua mente processa duas verdades em relação à franquia: a primeira é que a série não é mais o que costumava ser nos saudosos tempo de PSOne. A segunda, é que mesmo sendo inferior ao que estávamos todos acostumados nos idos de nossos 12 anos, a Eidos sempre consegue enfiar um hype enorme na nova aventura de Lara.

Com Tomb Raider: Underworld não poderia ser diferente: todo o hype criado pela “estréia de Lara na nova/atual geração” certamente abraçou o planeta, mostrando uma protagonista ainda mais…delineada, e muitas e muitas promessas que juram (re)formular a experiência de exploração.

No novo jogo, Lara dá continuidade aos fatos vistos no final de Legend. O jogo inicia na mansão de Lara, que está em chamas, cortesia de uma explosão causada pela própria Lara(?). Cabe a você, agora, guiar Lara (??) para longe do perigo incandescente até o lado de fora, onde quem sabe ela deverá acertar as contas com Lara (???). Não pegou?

Tem uma espécie de sósia de Lara por aí. A segunda fase apresenta as ruínas que parecem ser maias, e conforme você vai traçando o caminho, você dá de cara com um enorme portão, e o primeiro puzzle do jogo.

NÃO É UNCHARTED…

Infelizmente, TRU não faz jus ao hype: a produtora Eidos simplesmente começou a vender o peixe dizendo que esse título botaria Uncharted: Drake’s Fortune no chinelo, o que não acontece nem nos melhores sonhos molhados que você tem com a heroína. Faltou detalhismo para torná-lo um ícone.

Os controles são fáceis demais quando tudo está calmo, e imediatamente passam por uma descomunal reviravolta que torna complicada a tarefa de vencer dois tigres que vêm com todas as partes afiadas apontadas para você.

Não bastasse isso, a parte gráfica, apesar de linda, parece mais um GTA das antigas. Muitas vezes Lara “entra” na parede ou “afunda até a cintura” quando fica em pé, se equilibrando em uma coluna.

AINDA EXISTEM AS FLORES

Mas não são só defeitos: a idéia de mirar em dois alvos diferentes, de forma simultânea, é algo que outras produtoras deveriam estudar (já imaginou se Snake manuseasse duas pistolas Operator?), e foi muito bem projetada para TRU.

Os enigmas estão na medida certa: nada muito fácil, mas também não é uma tarefa simples. Apesar de tudo de resumir em “saia de A, ative o mecanismo em B, e corra antes que a passagem em C se feche”, o procedimento para ser resolvido sempre faz você usar a criatividade de uma forma diferente.

A Eidos apostou alto no nível de realismo, tão alto quanto nunca antes visto em qualquer Tomb Raider. Se Lara está indo em direção à parede, ela protege-se do impacto colocando as mãos na frente, e instantaneamente parando o trote e começando a esgueirar-se. Atire uma granada, e você verá um slot vazio da arma no shortinho (ai…ai) da moça.

CONCLUINDO A NOVELA

Nem de longe Underworld corresponde ao hype. Não cumpriu o que a Eidos prometeu, e apesar de ser um jogo muito bem projetado, não pode ser considerado um marco ou um clássico. As pequenas falhas existem em pontos básicos, inadmissíveis até para o jogador mais casual.

Mas ainda assim, um bom título, que confere boa dose de divertimento, como uma sessão de domingo à tarde com DVD alugado.