TJD do Paraná denuncia 13 por corrupção na arbitragem

O procurador do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) do Paraná, Davis Bruel, denunciou 13 pessoas suspeitas de participar de um esquema de corrupção na arbitragem no Estado. Elas são acusadas de pagar ou de receber dinheiro para manipular resultados e podem ser eliminados do futebol.

Entre os acusados estão juízes, dirigentes de clubes, diretores e ex-diretores da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Eles têm o prazo de três dias úteis para apresentar defesa. Os julgamentos devem ocorrer no dia 10 de outubro. O inquérito também será encaminhado ao Ministério Público.

A investigação foi feita pelo auditor do TJD e promotor público Otacílio Sacerdote Filho. Ela começou no fim de agosto, após o diretor do Conselho Deliberativo do Operário, de Ponta Grossa, Sílvio Gubert, ter declarado à ESPN Brasil que pagava R$ 2 mil para uma pessoa designada como "Bruxo", para garantir as vitórias. Logo depois, em entrevista a uma rádio, o árbitro José Francisco de Oliveira, o Cidão, atualmente em Londres, acusou o diretor-administrativo da FPF, José Johelsson Pissaia. "Meu bruxo é o Johelsson, não sei quem são os bruxos dos outros", afirmou Cidão.

Em depoimento, o árbitro Evandro Rogério Roman, que não está entre os acusados, apontou outros nomes, sem apresentar provas. Os mais conhecidos são Carlos Jack Rodrigues Magno e Marcos Tadeu Silva Mafra, ambos do quadro da CBF. Os dois negam que participassem de qualquer esquema. "Estou tranqüilo", declarou Magno à Rádio CBN, em Curitiba. "Fico chateado porque hoje está fácil acusar qualquer um e ir para um tribunal. Se não tem prova não se abre a boca", revoltou-se Mafra.

O diretor da FPF, José Johelsson Pissaia, também foi denunciado. Ele igualmente negou irregularidades, garantindo que jamais participou da escolha dos juízes. Também foram denunciados os ex-presidentes da Comissão de Arbitragem, Fernando Luiz Homann e Valdir de Souza; o ex-vice-presidente Antônio Carvalho; o diretor do Operário Sílvio Gubert; o gerente do Foz do Iguaçu, Genézio de Camargo; o ex-diretor do Marechal Cândido Rondon, Gilson Pacheco; o presidente do sindicato dos árbitros do Paraná, Amorety Carlos da Cruz; e os árbitros Antônio Salazar Moreno, Sandro da Rocha e José Francisco de Oliveira.

Com exceção de Gubert, Camargo e Oliveira, que confessaram terem pago ou recebido algo, os outros negam as acusações.

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