Tecpar também trabalha na produção de biodiesel

As pesquisas com o biodiesel no Paraná foram iniciadas formalmente em 2003 com a criação do Programa Paranaense de Bioenergia – PR Bioenergia – pelo decreto lei nº 2101, de novembro de 2003, por determinação do governador Roberto Requião. As Secretarias da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Agricultura e do Abastecimento passaram a trabalhar juntas no desenvolvimento do biodiesel no Estado, com a finalidade de fomentar as ações de pesquisa, desenvolvimento, aplicações e uso no Estado.

A Secretaria da Agriculura ficou com a responsabilidade de estudar as melhores matérias-primas para as usinas e o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), por meio da sua Divisão de Biocombustíveis e do Centro de Brasileiro de Referência em Biocombustíveis (Cerbio), de desenvolver a tecnologia necessária para produzir o combustível.

Segundo o coordenador técnico do Cerbio, o engenheiro mecânico José Carlos Laurindo, até outubro deste ano deve estar funcionando no Tecpar uma usina, com capacidade semi-industrial, para a produção do biodiesel e para a pesquisa de matéria-prima. ?O Tecpar irá repassar a tecnologia para os interessados?, disse Laurindo.

O Tecpar desenvolve paralelamente outras pesquisas voltadas ao uso do biodiesel, como é o caso das mini-usinas comunitárias de óleo vegetal, que atendem a agricultura familiar. A primeira delas foi instalada na Colônia de Witmarsum, em Castro, no final do ano passado. O instituto também está desenvolvendo tecnologia para o uso do biodiesel em motores, com resultados, até agora, promissores. ?Detectamos somente pequenos problemas, de fácil solução?, esclareceu Laurindo. Ele informou ainda que está iniciando uma parceria com a Universidade Estadual de Maringá, para o uso do biodiesel nos tratores usados pela escola de agronomia.

Campo

O Programa Paranaense de Bionergia, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, está negociando investimentos no valor de R$ 2,5 milhões para serem aplicados até 2008, para permitir o acesso do agricultor familiar a essa modalidade de produção de energia.

O acesso ao programa é o diferencial do Estado do Paraná, uma vez que pesquisas e experimentos com biodiesel estão acontecendo em todos os Estados, tanto pela iniciativa privada como pelas empresas públicas, segundo o coordenador do programa, Richardson de Souza.

Souza explica que outra preocupação do Governo do Paraná é preparar os agricultores familiares para participarem desse mercado, bastante promissor. Para ter acesso aos benefícios fiscais oferecidos pelo Governo Federal, as usinas de biodiesel precisam ter o selo social, que será oferecido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Para isso, a usina terá que comprar 30% da matéria-prima do agricultor.

No Paraná, os agricultores familiares terão orientação para firmar contratos antecipados de compra de produção, inclusive na definição do preço que deve ser pago pelo mercado.

Até o final deste ano, a Secretaria da Agricultura quer oferecer resultados de pesquisa para orientar o produtor a desenvolver culturas com potencial de produção de óleo vegetal que pode ser utilizado nos motores a diesel. A intenção é que o agricultor familiar tenha acesso a mini-usinas de processamento para transformar a oleaginosa em óleo ou torta e farelo, produtos destinados à pecuária.

Essa pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

O Iapar é o braço executor desse programa ao identificar quais as principais oleagionosas com potencial de produção de óleo. O órgão está pesquisando espécies mais adaptadas às condições de clima e solo do Paraná para depois promover um zoneamento agrícola.

Hoje, sabe-se que a soja e o algodão são culturas com tecnologia já definida para a produção do biodiesel. Mas existem outras culturas, como girassol, nabo-forrageiro, amendoim, canola, mamona, também com potencial de produção. A pesquisa está identificando as variedades que podem ser adaptadas às condições de clima e solo do Paraná.

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