Técnicos dos EUA vão discutir limite de vôos no Brasil

O Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea) recebe esta semana a visita de representantes da Federal Aviation Administration (FAA, a agência de aviação dos Estados Unidos) e da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). Um dos temas da pauta é esclarecer qual o limite máximo de aviões que cada controlador de vôo pode monitorar em cada console ao mesmo tempo, dentro dos padrões de segurança. Desde o acidente da Gol, em setembro, as autoridades aeronáuticas brasileiras resolveram adotar como padrão o número de 14 operações. Entretanto, nenhuma norma internacional impõe esse limite.

A medida é uma das principais causas da lentidão e atrasos nos aeroportos nos últimos seis meses. Segundo fontes no Decea, o órgão quer saber quais os cálculos usados por essas entidades para estabelecer o limite de aviões a ser monitorado por controlador e também como fazer para aumentar esse número, desafogando o tráfego aéreo nos setores mais congestionados do País. Dentre os procedimentos que poderiam ser adotados está o uso de um software para preencher fichas de progressão de vôo, o que hoje é feito manualmente no Brasil. Como o preenchimento por computador é mais rápido, o controlador teria mais tempo livre para se concentrar na movimentação dos aviões no console.

?Existe uma série de técnicas para se estimar o número ?ideal? de aeronaves para cada controlador. Dependendo da metodologia utilizada, chega-se a determinadas conclusões. Mas isso é só uma referência, e não uma verdade absoluta?, pondera o engenheiro Eno Siewerdt, especialista em sistemas de aviação. O vice-presidente-executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Adalberto Febeliano, vai mais longe. Para ele, as justificativas apresentadas pelas autoridades aeronáuticas e pelos controladores não passam de ?uma cortina de fumaça? que impede a sociedade de entender as limitações do sistema. Segundo ele, o número de aviões que um controlador pode supervisionar ?não é, nem pode ser, fixo?.

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