Técnicos debatem manejo de matéria orgânica

Pesquisadores de países tropicais da Ásia e África participam do curso intensivo de ?Manejo da matéria orgânica do solo e as relações com os sistemas de produção e cobertura vegetal: princípios chave para as ações?, promovido pelo Departamento de Ciências do Solo e Engenharia Agrícola (Desolos), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em parceria com o instituto francês Cirad – Centre de Cooperátion Internationale en Recherche Agronomique pour le Dévelopment (Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento).

Na abertura oficial do curso, esta semana, no auditório do Bloco E, no Campus Universitário de Uvaranas, o vice-reitor Carlos Luciano Sant?Ana Vargas saudou os cursistas e destacou a importância das parcerias internacionais, a exemplo do convênio estabelecido entre a UEPG e Cirad, ?para a realização de pesquisas e o incremento de tecnologias que permitam o crescimento dos países em desenvolvimento?.

O programa do curso se divide em duas partes. A primeira de caráter geral, sobre a Matéria Orgânica do Solo (MOS); e a segunda, pertinente à ?Recuperação da MOS através dos sistemas de produção associados aos sistemas conservacionistas de manejo do solo?. Os 15 pesquisadores vinculados ao Cirad participam de aulas teóricas nas dependências do Desolos e laboratórios de Matéria Orgânica e Ciências do Solo, no Campus Universitário de Uvaranas. Para os trabalhos de campo, eles serão levados à Fazenda Escola Capão da Onça da UEPG e fazendas dos Campos Gerais.

Segundo o professor João Carlos de Moraes Sá, coordenador do curso, essa iniciativa resulta de um convênio de cooperação científica internacional, entre a UEPG e o Cirad, formalizado em janeiro de 2005. ?Ponta Grossa foi escolhida para a realização desse curso pela experiência e pela história de 30 anos de implantação do plantio direto na região?, comenta o professor. ?Somos um centro de difusão internacional dessa tecnologia.? O convênio assinado com o Cirad foi viabilizado por recomendação do pesquisador francês Lucien Seguy, que há mais de 20 anos realiza trabalhos em conjunto com o professor da UEPG.

?Esse curso é resultado dessa parceria e do foco das pesquisas desenvolvidas na área de dinâmica da matéria orgânica do solo?, comenta João Carlos Sá, que em janeiro deste ano apresentou alguns resultados desses projetos em conferência realizada no Cirad, em Montepellier (França). ?Nesse momento recebemos o convite para a realização do curso intensivo que acontecerá na segunda quinzena deste mês.?

Para a chefe do Desolos, professora Márcia Freire Machado de Sá, ?a troca de experiência com profissionais que atuam em diferentes e contrastantes condições pedoclimáticas e socioculturais trará excelente feedback para a equipes de professores da UEPG?. Da receita de 80 mil dólares destinada para o curso, 60 mil dólares serão destinados para a aquisição de instrumentos de última geração para os laboratórios do Desolos, que permitirão o emprego de metodologias recomendadas pela comunidade científica internacional, em pesquisas da dinâmica do carbono e nitrogênio do solo. ?Com um laboratório bem equipado, poderemos nos credenciar nacional e internacionalmente, como uma unidade de treinamento e quantificação da matéria orgânica dos solos e mitigação de carbono em áreas agrícolas.?

O convênio de cooperação entre a UEPG e o Cirad contempla três linhas de ação, a começar pela colaboração científica internacional, passando pelo desenvolvimento de pesquisas na área de dinâmica da matéria orgânica do solo e sistemas de produção através do plantio direto, análises laboratoriais e treinamento de pesquisadores no assunto. ?Nossa intenção é manter esse curso na UEPG, com oferta de mais três turmas até 2010?, diz o professor João Carlos Moraes Sá, ao também destacar a oportunidade de intercâmbio de experiências aberta com vinda desses pesquisadores ao Brasil. O professor explica que as regiões tropicais da Ásia e África apresentam condições de solo muito semelhantes às encontradas no Brasil. ?Por isso há o interesse desses países no conhecimento da nossa experiência?, afirma o pesquisador da UEPG.

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