Tarso Genro afirma que Dirceu deveria aprender com lições de escritor

São Paulo – O ex-presidente nacional do PT Tarso Genro disse hoje que o ex-deputado José Dirceu (PT-SP) deveria aprender com as lições do escritor Paulo Coelho e adotar uma postura mais tolerante na hora de ouvir o que outros petistas têm a dizer. "Acho que ele deveria ouvir mais o Paulo Coelho e aproveitar as lições de tolerância dele", ironizou, ao rebater o ataque feito ontem (05) por Dirceu. Ele, que se hospedou na casa de Coelho, no sul da França, para a passagem de ano, disse que o partido é uma página virada na vida e que não pode ficar na legenda se for para ouvir o discurso de Genro e do secretário-geral, deputado estadual Raul Pont (RS).

"Acho que, neste momento, temos de ouvir o que as pessoas têm a dizer e não criar obstáculos ao debate", ressaltou o ex-presidente nacional do PT, em referência ao movimento de refundação da sigla integrado por ele e Pont.

"O que nós queremos é, exatamente, derrubar barreiras para que as pessoas possam ser ouvidas." Genro disse ainda que Dirceu se encontra numa situação de "depressão política" e que as observações dele representam uma síntese da postura que teve quando esteve na liderança da agremiação: "Essa postura é negativa para o momento que o partido está vivendo." Dirceu disse também que os que o conhecem sabem que não tem meio-termo e que, quando entra em algo, é "para valer, para brigar e se impor". Assim como Genro, o secretário-geral do PT rebateu as críticas do ex-deputado do PT de São Paulo, alegando que ele mostrou "quem ele é e como ele age" nas afirmações.

"Ele não quer nos ouvir, mas nós o ouvimos durante dez anos", disse, acrescentando que Dirceu se mostrou "incapaz de fazer uma autocrítica". "Ele deveria reconhecer que foi um dos construtores das derrotas que o PT viveu no governo."

Pont afirmou ainda que não abre mão de dar continuidade à reconstrução do partido por meio de um debate que ofereça espaço para os pensamentos das diferentes correntes que o integram.

"Nós não somos tão impositivos nem tão onipotentes e queremos continuar construindo o PT com pluralidade", afirmou, insistindo que continuará a brigar pela abertura de uma comissão de ética para avaliar petistas envolvidos nas denúncias de corrupção. "Talvez, seja isso que deixa Dirceu tão irritado.

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