Sunitas protestam contra execução de Saddam no Iraque

Muçulmanos sunitas, enfurecidos por causa da execução de Saddam Hussein e pela forma como seu enforcamento foi conduzido, organizaram protestos nas ruas nos últimos dias nos enclaves sunitas em todo o país. A maioria dos protestos foi pacífica. Ontem, em Samarra, uma multidão de sunitas enlutados pela morte de Saddam fez uma passeata em direção a um templo xiita bombardeado e obteve permissão dos seguranças e da polícia para entrar no local carregando um modelo de caixão e fotos do ex-ditador.

O protesto aconteceu no Templo Dourado, que foi danificado por uma bomba lançada por extremistas sunitas dez meses atrás. Este ataque provocou o atual ciclo de ataques de retaliação entre os muçulmanos sunitas e xiitas, sob a forma de bombardeios diários, seqüestros e assassinatos.

Hoje, militares dos Estados Unidos anunciaram a morte de um soldado norte-americano atingido por uma bomba colocada ao longo de uma rodovia ao sudoeste de Bagdá. A explosão, ocorrida ontem, deixou ainda três feridos, incluindo um intérprete, enquanto eles conversavam com moradores locais sobre a violência sectária afirmaram os militares. Hoje, outra bomba, também deixada às margens de uma rodovia, matou três civis iraquianos e feriu outros sete no leste de Bagdá, afirmou a polícia.

Soldados norte-americanos mataram um homem suspeito de pertencer à Al-Qaeda e de negociar armas e duas outras pessoas em Bagdá. As forças iraquianas prenderam mais de 60 suspeitos ao longo da semana passada, afirmaram os militares norte-americanos. Ontem, centenas de manifestantes velaram por Saddam em um bairro sunita no norte de Bagdá. Alguns elogiavam o partido Baath, o grupo nacionalista que foi proibido e que, sob o regime de Saddam, solidificou o domínio árabe sunita no Iraque.

Na cidade de Dor, ao norte de Bagdá, centenas de manifestantes fizeram uma passeata para venerar um mosaico de Saddam, em tamanho gigante. Crianças carregavam armas de brinquedo e os homens atiravam para o alto.

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