Sub-relator da CPI avalia que dinheiro que compraria dossiê tinha origem ilegal

Brasília – A origem do dinheiro usado na tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos tinha origem ilegal, disse nesta quinta-feira (16) o sub-relator de sistematização da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE).

De acordo com ele, dois indícios levam a crer que o dinheiro vinha de caixa 2: primeiro, o fato dos envolvidos não terem revelado a fonte. ?As pessoas estão omitindo a origem. Não dizem a fonte. Se tivesse origem legal, teriam dito?, disse. O segundo motivo seria as notas de pequeno valor. A parcela em reais do valor que seria usado para comprar os documentos (cerca de R$ 1,7 milhão no total, entre dólares e reais) era de ?notas de pequeno valor?. ?Isso indicaria que o dinheiro foi trocado?, afirmou Santiago.

Dois comprovantes de bobina de máquina registradora foram encontrados pela Polícia Federal enrolando parte das notas, revelou o deputado. Um dos papéis indicava ter cem notas de R$ 10 e, imediatamente abaixo de um número não identificado, uma localização: Duque de Caxias (Rio de Janeiro).

O outro comprovante trazia a mesma quantia e outra identificação: Campo Grande (Mato Grosso do Sul). ?Esses podem ser os locais onde o dinheiro foi trocado?, suspeita Santiago. ?Pelas notas [da bobina registradora], não dá para saber mais detalhes dos locais?, disse.

?Não há como provar a totalidade da origem do dinheiro, mas algum saque de grande valor deve ter sido feito?, diz. Segundo ele, a Polícia Federal pediu ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que investigasse todos os saques acima de R$ 100 mil feitos até um mês antes da apreensão do dinheiro. Será preciso analisar, de acordo com o deputado, cerca de 200 mil saques.

Isso, no entanto, pode não revelar a origem. O saque do dinheiro usado poderia ter sido feito, por exemplo, seis meses antes. ?É difícil que não seja [dinheiro] ilegal, mas não existem provas disso?, afirmou.

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