Socorrendo a quem precisa

Só lembramos deles quando estamos desesperados. Os médicos, atendentes e funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são dos servidores públicos mais exigidos em sua profissão, sendo responsáveis pela salvação de centenas de vidas a cada mês. E dos mais sofridos.

A reportagem de Joyce Carvalho, publicada na edição de domingo de O Estado do Paraná, revela que o Ministério da Saúde está demorando a enviar os repasses de verbas para a manutenção do sistema, que ano passado atendeu 38.523 ocorrências. O diretor do Samu em Curitiba, Matheos Chomatas, contou que os valores foram definidos em 2003 e desde lá não sofreram qualquer reajuste.

Entre 2003 e 2007, pelos índices oficiais (no Índice de Preços para o Consumidor Amplo – IPCA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), a inflação acumulada foi de 30,1%. O repasse anual para o Samu é de R$ 708 mil, e deveria ser nesta conta simples de mais de R$ 900 mil.

Duzentos mil reais que fazem muita diferença. O serviço está sendo feito na ?conta do chá?, sobrevivendo com dignidade por conta da ajuda do governo estadual e da Prefeitura de Curitiba. Exemplo: a central que recebe os atendimentos custa, por mês, R$ 200 mil. O governo federal repassa mensalmente apenas R$ 19 mil.

Pode-se imaginar o que poderia ser feito e melhorado com o aumento do repasse para o Samu. É serviço público de primeiríssima necessidade em uma metrópole como Curitiba, em que há uma demanda muito grande de pessoas que dependem apenas do Sistema Único de Saúde (SUS), sem ter condições de se associar a um plano de saúde.

E mesmo para os mais abastados, às vezes a única opção ou literalmente a salvação é discar o 192 e buscar apoio nos socorristas do Samu. Os médicos, enfermeiros e auxiliares estão lá para atender rapidamente aos que precisam. Possivelmente são profissionais pressionados, que sofrem com salários baixos e trabalhando sob constante pressão. Mas, não fossem eles, muitas vidas teriam sido perdidas.

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