Sócio de Marcos Valério afirma que não existe lavagem de dinheiro

Brasília – Cristiano de Mello Paz, sócio do empresário Marcos Valério de Souza, depôs hoje (29) na Polícia Federal. Segundo Marcelo Leonardo, o advogado que defende os dois publicitários, Paz negou que o dinheiro nas contas da empresa tenha qualquer origem ilegal. "Não adianta. A origem dos recursos é lícita e, sendo lícita, não existe o que se alegou: a lavagem de dinheiro", disse o advogado.

Paz já havia dado um depoimento em uma sessão conjunta das Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito (CPMI) dos Correios e da Compra de Votos, no dia 10 de setembro. Na ocasião, atribuiu ao sócio na empresa toda a responsabilidade pela operação dos recursos. "Todas as vezes que chegavam os cheques na minha mesa eu ficava preocupado. Eram pilhas. Eu assinava em confiança (a Marcos Valério)."

Segundo o advogado, Paz afirmou hoje que "todos os empréstimos estão na contabilidade que foi entregue à Polícia Federal, à Procuradoria da República e às duas CPMs. Todos os dados dos empréstimos estão lançados, registrados e informados à Receita Federal".

O advogado nega a versão do doleiro Toninho da Barcelona. Toninho disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos que esses empréstimos do Banco Rural para Valério eram falsos, e que na verdade se tratava de dinheiro vindo de contas do empresário no exterior. A fachada dos empréstimos seria, portanto, apenas uma maneira de legalizar o dinheiro.

"Não sei porque a relatoria da CPMI insiste em divulgar para a imprensa uma informação, quando todos os dados, tanto das empresas quanto dos bancos, permitem concluir aquilo que eles não querem concluir: que os recursos são frutos dos empréstimos", disse o advogado. "Há mais de cem dias, oito diferentes órgãos estão fazendo uma investigação e se recusam a afirmar aquilo que está provado por documentos".

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