Sistema Fiep promove devolutiva em Guarapuava

Representantes do Sistema Fiep, sindicatos patronais, prefeituras e associações comerciais e industriais de municípios das regiões Sul, Central e dos Campos Gerais do Estado participaram na última quarta-feira (25), em Guarapuava, da devolutiva do Congresso da Indústria 2006. Na oportunidade, foram discutidas as principais propostas para atrair novos investimentos e desenvolver a indústria regional ? representada, em sua maioria, por empresas do setor da madeira e da agricultura. A criação do Arranjo Produtivo Local (APL) da Madeira, a melhoria da infra-estrutura logística da região e um maior investimento na profissionalização da mão-de-obra foram apontados como projetos significativos para gerar emprego e renda na região. Além disso, a indústria da madeira reivindica soluções para as dificuldades encontradas para empreender na área florestal devido às limitações ambientais.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira de Guarapuava e região, Pedro Virmond Lima Bittencourt, propôs uma maior desregulamentação do setor. ?Estamos com uma série de questões nas áreas trabalhista e ambiental?, reclamou Bittencourt. ?Precisamos retirar as amarras do Estado, pois os empresários têm encontrado dificuldades para empreender na área florestal devido às limitações ambientais?, considerou Célio Teixeira Cunha, vice-presidente e coordenador regional da Fiep em Guarapuava.

De acordo com ele, a economia regional está fortemente representada por indústrias da área da madeira e produtos florestais ? papel, painéis e madeira serrada. ?Hoje, 70% da exportação das indústrias da nossa região são de produtos de origem de base florestal. Também temos como potencialidade a agroindústria, uma vez que geramos bastante matéria-prima. Mas precisamos de uma melhor infra-estrutura, principalmente, do ponto de vista da duplicação de rodovias, um aeroporto de grande porte?, observou Cunha.

Para o secretário municipal de Indústria e Comércio de Guarapuava, Mauro Cláudio Temochko, Guarapuava e região precisam se estabelecer economicamente como um pólo moveleiro. ?Existem muitas serrarias, fábricas de compensado e laminadoras na região mas contamos com poucas empresas que agregam valor à madeira. Guarapuava é um pólo madeireiro, tem a matéria-prima em abundância, mas o pólo moveleiro fica em Arapongas. Precisamos conscientizar os empresários a trabalhar com a madeira de uma maneira diferente, agregando valores e fabricando os móveis aqui?, explicou Temochko.

Segundo ele, Guarapuava conta com mais de cem pequenas marcenarias, que trabalham com móveis sob encomenda. ?Estamos fazendo um trabalho com eles, em parceria com o Senai e o Sebrae. Iniciamos, no ano passado, cursos para preparar estes empresários. A nossa proposta é que este grupo comece a fabricar móveis em série. Agora, a prefeitura deve investir em maquinário para que eles atuem neste ramo?, completou o secretário.

Além disso, Temochko defendeu também a implantação do APL da Madeira na região. ?A gente esperava que Guarapuava fosse contemplada como APL da Madeira. Estamos trabalhando neste sentido?, revelou ele, destacando que cerca de 40% dos empregos da região são gerados pela indústria da madeira.

Já o coordenador regional da Fiep em Ponta Grossa, Jarbas Góes, propôs que indústrias e municípios da região priorizem investimentos de base tecnológica. ?Entendemos que devem buscar, prioritariamente, investimentos de base tecnológica, que envolvam mão-de-obra melhor qualificada e remunerada. Com isso, teremos indústrias com produtos de alto valor agregado e, consequentemente, a economia da região e o poder aquisitivo da população aumentará?, afirmou Góes, lembrando que Ponta Grossa é o terceiro município em arrecadação de ICMS do Estado. ?Entretanto, isso não se transfere, efetivamente, em renda para a sociedade. Por isso, entendemos que os investimentos prioritários têm que ser de base tecnológica?, concluiu.

Também presente na reunião, o presidente do Sindicato das Indústrias da Reparação de Veículos de Guarapuava e região, Cláudio Rudek, reivindicou uma maior oferta de cursos de formação profissional e a criação de uma linha de crédito para o pequeno empresário. ?Os bancos são muito burocráticos. Além disso, precisamos de mais assistência por parte do Poder Público nas questões referentes às legislações trabalhistas e ambientais?, disse Rudek.

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