Síria promete à ONU conter fluxo de armas ao Hezbollah

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, afirmou nesta sexta-feira (01) que a Síria intensificaria as patrulhas na fronteira e trabalharia em conjunto com o Exército libanês numa tentativa de conter o fluxo de armas para o grupo guerrilheiro pró-iraniano Hezbollah. Num encontro com o presidente sírio, Bashar Assad, Annan também pediu ao país que "exerça sua influência" para ajudar na libertação de três soldados israelenses capturados por grupos militantes palestinos e libaneses apoiados por Damasco.

De acordo com Annan, a Síria se comprometeu a aumentar seu contingente na fronteira com o Líbano e a promover patrulhas em conjunto com o Exército libanês "onde for possível". Assad não conversou com jornalistas depois da reunião de hoje. Annan, por sua vez, falou brevemente com repórteres no aeroporto de Damasco de onde partiu num vôo com destino ao Catar.

"Ao mesmo tempo em que declarou a objeção síria à presença de forças estrangeiras ao longo da fronteira entre Líbano e Síria, o presidente Assad comprometeu-se comigo a implementar todas as medidas requisitadas pelo parágrafo 15 da resolução 1701" do Conselho de Segurança (CS) da ONU, disse Annan.

A resolução aprovada em 11 de agosto, que determinou o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, pede aos países que impeçam a venda ou o fornecimento de armas a entidades no Líbano sem o consentimento do governo libanês e dos mantenedores de paz da ONU. O texto também exige que o Líbano assuma a responsabilidade pela segurança em suas fronteiras e outros pontos de entrada no país.

Israel insiste que as forças de paz sejam posicionadas na fronteira entre o Líbano e a Síria e tenham mandato para desarmar o Hezbollah. Damasco rejeita a hipótese. A resolução da ONU exige que o contingente estrangeiro concentre-se no sul do Líbano. Annan comentou recentemente que as forças de paz não se responsabilizarão pela fronteira libanesa com a Síria nem terão a obrigação de desarmar o Hezbollah.

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