Sindicalista pedirá federalização da investigação de morte de Dorothy

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anapu (PA), Francisco
Assis de Souza, afirmou hoje, em entrevista coletiva, que irá pedir ao governo
federal que federalize a investigação do assassinato da missionária
norte-americana Dorothy Stang. Segundo ele, a investigação conduzida pela
polícia civil não é confiável. O sindicalista disse que a acusação feita por
Raifran Sales, o Fogoió, de que seria o mandante do crime, foi uma tentativa de
desviar o foco da investigação. "Estou muito surpreso com essa situação. É o
maior dos absurdos", disse ele acrescentando que não conhece Raifran.Francisco
Assis de Souza destacou na entrevista que conhecia Dorothy Stang desde 1982 e
que sempre trabalharam juntos.

Ele contou que desde o assassinato da
missionária já recebeu duas ameaças de morte. A primeira delas ocorreu no dia 14
de fevereiro – dois dias após a morte de Dorothy – quando dois homens invadiram
a casa de seu pai e obrigaram uma prima de Francisco de Assis a redigir o
bilhete no qual diziam que ele seria o próximo. A segunda ameaça ocorreu ontem a
noite quando os mesmos homens invadiram a casa de seu pai e tentaram seqüestrar
a prima de 17 de anos.

Francisco Assis de Souza chegou a Brasília hoje
pela manhã e deu entrevista coletiva no gabinete do deputado José Geraldo
(PT-PA). Às 15 horas, ele participa de reunião no Palácio do Planalto com os
ministros José Dirceu, da Casa Civil, Marina Silva, do Meio Ambiente, e Miguel
Rossetto, do Desenvolvimento Agrário, além de representantes da Secretaria de
Direitos Humanos e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Assis
de Souza deu a entrevista acompanhado de nove representantes de sindicatos e
entidades não governamentais.

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