Setor têxtil organiza “alerta” com reivindicações em mais de 20 cidades

São Paulo – A indústria do setor têxtil anunciou a realização de uma série de atos reivindicatórios em mais de 20 cidades do país na próxima terça-feira (5). A Mobilização Nacional do Setor Têxtil e de Confecção, de acordo com Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), tem o apoio de cerca de 140 sindicatos patronais e de trabalhadores.

Em entrevista à Agência Brasil, Pimentel afirmou que uma das principais causas para o ?alerta? são as projeções de faturamento para 2006, que apresentariam déficit pela primeira vez após cinco anos de superávit. ?Mantido o ritmo dos últimos dois meses, nós fatalmente podemos chegar [ao fim de 2006], com um déficit de U$ 300 milhões?, declarou.

Além de apoiar a mobilização, a Abit faz reivindicações que incluem melhores acordos comerciais internacionais, rigor nas fiscalizações alfandegárias, redução de tributos sobre emprego e estímulos à produção. Pimentel declarou que o setor têxtil brasileiro está perdendo mercado internacional para outros países como China e Índia. Segundo ele, seriam países que não sofreriam com as restrições cambiais e tributárias de produção da indústria brasileira.

Apesar de admitir que o setor têxtil nacional possa ter vantagens na importação de tecidos  para a confecção de vestuário, Pimentel afirmou que elas não chegam a compensar as perdas na venda de vestuário finalizado. ?Há uma preocupação muito maior com o produto final, pois este sim é o grande empregador de mão-de-obra, nesse elo produtivo que é a cadeia de têxteis e confeccionados?, explicou.

De acordo com a Abit, as manifestações ocorrerão na capital paulista e na cidade de Americana, ambas polos têxteis. No Rio de Janeiro, haverá entrevista coletiva na Federação das Indústrias do Estado. Também ocorrerão manifestações em Belo Horizonte, Recife e Aracaju, entre outras cidades.

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