Senador Álvaro Dias pedirá investigação de ligações suspeitas

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pedirá à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios que investigue a suposta ligação do Banco Santos e da PDR Corretora de Mercadorias com o esquema comandado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como principal operador do "mensalão".

Dias disse ter recebido um documento do empresário Paulo Gustavo Arruda de Freitas, dono de 10% das quotas da corretora, localizada em Campo Grande.

Os papéis comprovariam a intermediação da empresa na distribuição de R$ 260 milhões. Segundo o senador do PSDB do Paraná, eram depositados na conta bancária da PDR Corretora recursos provenientes da bolsa de valores operados pela Santos Corretora de Valores. "Em seguida, a corretora efetuava uma série de transferências eletrônicas para várias contas bancárias", informou.

De acordo com Dias, entre os supostos beneficiados, estão três nomes relacionados ao esquema de Valério: a Corretora Bônus-Banval, uma das beneficiárias diretas dos saques efetuados nas contas da agência de publicidade SMP&B Comunicação, pertencente ao empresário; a Schaim Engenharia, que teria recebido R$ 300 mil da empresa Guaranhuns, e a RS Administração e Construção, companhia com sede no Panamá, que teria recebido parte da transferência de R$ 3,1 milhões feita pela 2S Participações para a Bônus-Banval.

O senador pedirá à CPI que convoque para depor o dono do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, e os responsáveis pela PDR. Dias lembrou que o Santos está sob intervenção do Banco Central (BC) desde maio de 2004 e que, desde então, teriam começado as operações por intermédio da PDR.

Dias chamou a atenção para o valor das transferências bancárias feitas em favor da Associação dos Músicos Militares do Brasil, de R$ 49.489.862,00, para a Citrosuco Paulista, de R$ 62.419.146,60, e para a Bell Trading Importação e Exportação, de R$ 8.217.502,00.

Os responsáveis pela Associação dos Músicos Militares negaram o recebimento desse dinheiro. Os representantes das duas empresas não foram localizados pela reportagem.

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