Seminário debate perspectiva de crescimento da produção do bicho-da-seda

A produção de bicho-da-seda nos municípios integrantes da região de Cornélio Procópio, no Norte do Paraná, tem potencial de crescimento, tanto em expansão de área com novos produtores na atividade, como em aumento da produtividade pela adoção de tecnologia. É o que foi apresentado por integrantes da cadeia produtiva da seda nesta quarta-feira (21) para os 190 participantes do Seminário Intermunicipal de Sericicultura, em Santa Cecília do Pavão.

Na análise do zootecnista José Carlos Zaia, gerente da Câmara Setorial do Complexo Seda do Paraná e chefe da Divisão de Agropecuária do Deagro/Seab, a sericicultura (produção do bicho-da-seda) regional está crescendo e mudando o perfil do criador. ?Antes eram meeiros e parceiros, hoje pelas vantagens da renda mensal e da produção na pequena área, além dos incentivos das indústrias e participação da extensão rural oficial da Emater, uma parcela significativa de criadores é agora formada de novos proprietários rurais, mesmo nas atuais condições de crise no campo e das condições do mercado internacional da seda ainda desfavoráveis?, assegura Zaia.

O otimismo do setor é compartilhado pelo engenheiro agrônomo Manuel Pessoa de Lira, gerente regional da Emater de Cornélio Procópio, ao afirmar que a sericicultura está forte porque é considerada como alternativa de diversificação da agricultura familiar, dá renda e emprego no campo e libera a pequena propriedade para outras atividades econômicas potenciais, dentre elas o café, a fruta, a olericultura e até mesmo a bovinocultura de leite.

O Paraná produz anualmente 6,5 mil toneladas de casulos verdes (bicho-da-seda), por 6,3 mil produtores rurais que cultivam 13,5 mil hectares de amoreira, alimento básico do bicho-da-seda, adquiridas pelas indústrias Fujimura do Brasil (ex-Kanebo) e Bratac. Na região de Cornélio Procópio são 80 produtores cultivando 190 hectares de amoreira, criando a média mensal de 2,5 caixas de larvas e alcançando a produtividade em torno de 400 quilos de casulo verde por hectare.

O técnico agrícola Márcio Alberto Meriani, da Fujimura, fundamenta a perspectiva de crescimento da sericicultura na região, nos municípios de Assaí, São Sebastião da Amoreira, Santa Cecília do Pavão, Nova Fátima, Nova Santa Bárbara, Sapopema, São Jerônimo da Serra, Congonhinhas, Curiúva e Cornélio Procópio, pelo potencial existente do clima e solo e no padrão tecnológico recomendado. ?A melhoria da fertilidade com adubação orgânica, o uso de práticas mecânicas com colheita da amoreira em trator ou tração animal e melhor investimento no barracão de criação, é possível aumentar a produtividade em mais 30%?, aponta Meriani, que tem como meta de trabalho contribuir na expansão da área de amoreira na região para 242 hectares.

Estimulado pelo preço de R$ 6,80 o quilo do casulo verde, o valor do investimento em torno de R$ 7 mil para barracão e equipamentos internos de criação, mais a possibilidade de fazer o primeiro plantio logo e começar a criar no início do ano, Wilian Batista Bernardo de Lima, 20 anos, solteiro, vai levar a sericicultura para dentro do seu lote de 5 mil metros quadrados na Vila Rural das Rosas, em Assaí.

?É superlegal vir no seminário para aprender mais, ver os apoios, trocar experiências, conhecer os técnicos, ver as máquinas e equipamentos novos e depois tomar a decisão, porque uma coisa está confirmada: se está dando certo para meu pai e para meu patrão, comigo também pode, né??, afirma Lima, o possível novo criador do bicho-da-seda da região de Cornélio Procópio.

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