Sem Rodada Doha não há solução, diz Amorim

Em plena abertura do 1º Encontro Empresarial Latino-americano em Santiago, Chile, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou com ênfase que "sem a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) não há salvação". O encontro, cujo tema seria a discussão de oportunidades de negócios e investimentos entre a América Latina e a região da Ásia Pacífico está sendo promovido pelo Instituto Chileno de Administração Racional de Empresas (Icare)

Durante seu discurso, Amorim acentuou que o governo brasileiro tem a convicção de que uma América do Sul unida, integrada e fortalecida se projeta com maior vigor e identidade no cenário da globalização. "Nossa insistência na integração da América do Sul está na convicção de que no mundo do século 21 não será possível atuar isoladamente", afirmou

"Na era dos grandes blocos necessitamos unir-nos para enfrentar a concorrência dos gigantes e atrair a atenção de outros grupos de países semelhantes aos nossos ", completou

Amorim citou como exemplo dessa necessidade de associação a formação do G-20, grupo de economias em desenvolvimento, sob a liderança do Brasil e da Índia, que atuou em conjunto nas negociações agrícolas na Rodada Doha. Ele disse que a criação do G-20 mudou o padrão da negociação da OMC

O ministro insistiu, em improviso, no final do seu discurso, que é muito bom a América do Sul pensar na Ásia Pacífica como alternativa, assim como o Mercosul negociar com a União Européia. Mas acrescentou que esses movimentos não substituem a importância da rodada Doha

"Não se trata de uma preferência abstrata, minha, ao multilateralismo, mas ao fato de que os fatores que mais distorcem o comércio mundial somente podem ser resolvidos no plano multilateral", afirmou.

"Trabalhamos com a América do Sul, mas não substituímos a consolidação da OMC", disse. Na mesma linha, o chanceler do Chile, Alejandro Foxley, acentuou a importância da conclusão da rodada Doha. Após o discurso, Amorim embarcou para o Brasil.

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