Retirado de sala!

Professor suspeito de abusar de aluna se envolve em nova confusão em escola

Foto: Gerson Klaina.
Foto: Gerson Klaina.

O professor que foi detido por suspeita de ter abusado de uma aluna de 17 anos numa escola estadual do bairro São Braz, em Curitiba, se envolveu em uma nova confusão. O novo episódio aconteceu dentro de outro colégio, no mesmo bairro, enquanto ele dava aula na manhã desta quarta-feira (27).

A Tribuna do Paraná foi chamada por pais de alunos, que precisaram ir até o Colégio Estadual Professor Olavo Del Claro, por causa da confusão. “Ele chegou na sala de aula e começou a querer explicar o que tinha acontecido na semana passada. Alguns meninos se revoltaram com a situação, porque não aceitaram o que ele teria feito, e começou uma discussão”, contou a mãe de uma estudante do 2º ano do ensino médio.

A mãe contou que tinha ido junto com a filha, de 17 anos, para a escola porque a menina tinha dito que não queria ir para as duas primeiras aulas. “Ela contou que o professor, que é suspeito do abuso, não tinha sido afastado das salas de aula e que ele estaria hoje no colégio dela. Pra evitar que faltasse, fui junto”.

Retirado de sala

Depois da confusão, o professor foi retirado da sala de aula e a direção do colégio, que não teve nada a ver com o que aconteceu na semana passada, precisou tomar uma atitude. O Núcleo Regional de Educação foi acionado e agora deve avaliar uma nova medida para o caso.

Conforme a assistente de área do Núcleo de Educação, o professor não foi afastado. “Não podemos afastá-lo enquanto o procedimento administrativo não é finalizado. Por isso, tivemos agora que pensar uma medida alternativa para o caso”, explicou Fabiana Cortês.

Neste primeiro momento, segundo Fabiana, o professor foi retirado de sala de aula para evitar atritos e até mesmo constrangimentos. “Agora vamos levar a situação para a chefia do núcleo para tomar alguma providência. Até porque o clima não está agradável nem para um lado, nem para o outro, mas o que não podemos fazer é acusar alguém sem provas”.

Sem prazo

A assistente de área do Núcleo explicou que o procedimento administrativo sobre a acusação de abuso foi aberto e deve chegar até a chefia do departamento ainda nesta quarta-feira. “Será avaliado em questão de urgência, mas não podemos dizer em quanto tempo teremos a decisão”.

Segundo Fabiana, a partir da conclusão do processo, o Núcleo vai definir qual tipo de punição o professor sofrerá. Ele pode receber de uma advertência, até a exoneração do cargo. “Mas de qualquer forma, precisamos ter cautela com a situação”, pediu.

Medo continua

Para os pais de alunos, o professor deveria ter sido retirado das salas de aula, não só do Colégio Padre Silvestre Kandora, onde a situação aconteceu, como também de outras escolas em que leciona. “Isso porque vai continuar provocando situações constrangedoras não só para as alunas e alunos, que querendo ou não ficam com medo, mas pra ele próprio”, comentou a mãe da estudante do Colégio Professor Olavo Del Claro.

Para a mãe, ninguém está julgando o professor, mas sim evitando que algo pior aconteça. “Não queremos culpá-lo e nem inocentá-lo, mas enquanto essa decisão não é tomada, a gente não sabe o que de fato aconteceu e isso nos preocupa”.

Relembre

O abuso em que o professor é acusado aconteceu na quinta-feira (21) da semana passada. De acordo com a Polícia Civil, quem denunciou o professor foi a própria estudante, acompanhada do pai.

A polícia não informou qual o tipo de abuso teria acontecido e também não deu detalhes sobre o crime. Depois de ser ouvido na Delegacia da Mulher, o homem assinou um termo circunstanciado e foi liberado, mas uma audiência foi marcada.