Outros três suspeitos de envolvimento no caso da pirâmide financeira  envolvendo a empresa WTI Administradora de Bens (Wolf Trade Club) se apresentaram na manhã desta sexta-feira (18) na Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), em Curitiba. Lucas de Mello Bubniack (presidente da empresa) de 27 anos, Gabriel de Mello Graminho (vice-presidente e diretor de operações) de 25 anos, e Gabriel Maximiano Picancio (diretor de tecnologia) de 24, tinham mandados de prisão temporária expedidos contra eles, que foram cumpridos no momento em que eles se apresentaram.

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Ao serem ouvidos pelo delegado que investiga o caso, os três alegaram que demoraram para procurar a polícia porque estavam em São Paulo (SP), tentando negociar um programa de computador desenvolvido pela empresa. O objetivo seria repôr o prejuízo dos clientes lesados na fraude financeira. A polícia ainda procura um último suspeito, Caique Marques Fontana (diretor de marketing), que segue foragido.

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Segundo o delegado da Delcon, André Feltes, os suspeitos se entregaram espontaneamente. Eles ficarão detidos por cinco dias e, se preciso, será pedida a extensão da prisão temporária por mais cinco dias. Os três alegam que já vinham trabalhando para ressarcir os danos causados aos clientes, no entanto, a pirâmide financeira está caracterizada por causa da forma de captação e premiação oferecidas aos clientes que investiam com os sócios.

Delegado André Feltes. Foto: Atila Alberti/Tribuna do Paraná.
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“É o que apontam as investigações. Pela forma como o negócio era feito, a pirâmide está caracterizada. A polícia apura agora se eles cometeram outros crimes financeiros. Os suspeitos alegam que a empresa começou como fornecedora de vídeos sobre como investir, depois, pelas circunstâncias, passou a operar carteiras de investimentos de clientes. Sem autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) isso é crime”, disse Feltes. No entanto, a polícia quer saber se eles realmente investiam ou se apenas diziam que faziam isso e ficavam com o dinheiro. “Só há crime se eles, realmente, aplicavam o dinheiro. Vamos investigar a fundo o caso”, apontou o delegado.

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Segundo a Polícia Civil, pelo menos 200 clientes foram lesados pela empresa. O prejuízo gira em torno de R$ 20 milhões. Desse valor, somente o foragido Caique Fontana seria o responsável pelo calote. “Os suspeitos apontam que ele teria sido o responsável por captar clientes e investimentos. Fazia isso por fora, usando o nome da empresa. Inclusive, ele não é visto já há algum tempo pelos sócios da empresa. A polícia trabalha para encontrá-lo”, afirmou André Feltes.

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Dos três suspeitos presos nesta sexta-feira, apenas o presidente da empresa, Lucas Bubniak, não possui formação superior. As contas bancárias dos sócios estão bloqueadas, bem como, os bens que a polícia encontrou com eles. Quatro carros estão na delegacia – entre eles três BMWs – e uma coleção de relógios Rolex. De acordo com a polícia, antes do caso estourar, a empresa realizou vendas de veículos e imóveis. Os suspeitos teriam informado que era para quitar dívidas com clientes. A polícia investiga se a informação é verdadeira ou se os sócios estavam tentando esconder patrimônio. Muitos veículos estavam em nome de terceiros.

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