Terceira vez

Ameaçado de morte, adolescente escondeu sucessivos abusos sexuais

Cleverson Machado, preso na manhã desta quinta, é acusado de estuprar por seis vezes um adolrescente de 12 anos. Foto: André Rodrigues/Tribuna do Paraná
Cleverson Machado, preso na manhã desta quinta, é acusado de estuprar por seis vezes um adolrescente de 12 anos. Foto: André Rodrigues/Tribuna do Paraná

Esta já é a terceira vez que Cleverson Machado, 32 anos, é preso suspeito de estupro. Desta vez, ele é acusado de abusar de um adolescente de 12 anos, por pelo menos seis vezes, com todo tipo de ato sexual que se possa imaginar. E só não foi desmascarado antes porque aterrorizou a vida da vítima, ameaçando sua família de morte caso ele contasse algo para os pais.

Os abusos ocorreram no bairro Água Verde, um deles, inclusive, dentro do cemitério do bairro. Cleverson, no entanto, foi preso em Araucária, onde mora. E tão logo a vizinhança viu a polícia batendo na porta dele, já vieram relatar que o homem tentou aliciar outras crianças das redondezas, sem sucesso.

Conforme o delegado Erik Busetti, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crime (Nucria), autor e vítima se conheceram numa praça do bairro, próximo à sede do Paraná Clube, onde o menino estava e foi brincar com o cãozinho do suspeito. Depois disso, Cleverson seguiu o garoto até em casa, para saber onde ele morava. Desde então, passou a seguir o garoto quando ele saía para ir à escola.

E foi justamente a escola que verificou os primeiros sinais de que algo estava errado com o menino, que passou a ser agressivo, ter déficit de atenção, ter notas ruins e chegava todo sujo na aula. “Os pais relatavam que ele saia limpo de casa, mas a escola relatava que ele chegava todo sujo”, explicou Busetti.

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Simultaneamente a isto, o pai do jovem pegou o celular do garoto e viu mensagens que Cleverson mandou, contendo imagens obscenas e convidando o menino para atos sexuais. Foi assim que a família descobriu o que estava acontecendo e acionou o Nucria, no final do ano passado. Através das descrições da família, explicou o delegado, a polícia conseguiu descobrir quem era o agressor. As investigações e suspeitas contra Cleverson eram tão substanciais que foi fácil para a polícia conseguir, com a justiça, o mandado de prisão temporária do suspeito, preso nesta quarta-feira (19), pela manhã, no bairro Costeira, em Araucária.

Conforme o delegado Tiago Wladyka, da delegacia de Araucária, que ajudou o Nucria na prisão do suspeito, a vizinhança afirmou que Cleverson vivia tentando aliciar as crianças das redondezas com balas e outros doces, com o cãozinho que ele tem e convidando os pequenos a irem a sua casa quando a esposa dele estivesse fora. Apesar disto, explicou Wladyka, ninguém na vizinhança deu queixa à polícia do comportamento do suspeito.

Crimes

Conforme apurou inicialmente o Nucria, Cleverson esperava o adolescente sair de casa para ir à escola. O seguia de moto e ameaçava o garoto com uma faca, para não contar nada a ninguém. Caso contrário, mataria a família do jovem. Desta forma, o menino se sujeitou aos estupros, com todo tipo de ato sexual. Um deles, até onde a polícia sabe, foi dentro de um terreno baldio da região. O outro, foi dentro do Cemitério do Água Verde. Logo que a polícia teve conhecimento do caso, o menino foi levado para exames de conjunção carnal no Instituto Médico-Legal. Os exames ainda não estão prontos, mas pelo conjunto de fatos coletados pela polícia, o delegado dá como certos os abusos.

Busetti também comentou que o adolescente ainda não foi ouvido pela polícia. Isto deve acontecer apenas nos próximos dias, na presença de um profissional da psicologia especializado, para minimizar o impacto no jovem em “reviver” todo o crime.

O preso, que não trabalha, vivia em casa com os dois enteados, filhos de sua atual esposa. A polícia não sabe informar se as crianças foram vítimas de algum abuso de Cleverson que, ao que tudo indica, tem preferência por meninos. Em 2014, ele foi duas vezes preso por suspeita de abuso e estupro de garotos.

Versão do acusado

Cleverson nega os crimes. Quanto aos de 2014, ele afirma que nada foi comprovado, apesar dele ter sido preso em flagrante pela Guarda Municipal. Já neste crime mais recente, Cleveson ainda tentou jogar a culpa no adolescente, dizendo que é ele quem o estava procurando e dando em cima. E disse ao garoto para esquecê-lo, porque tinha esposa. Porém, na entrevista que deu à imprensa, na delegacia de Araucária, Cleverson foi bem confuso. Entrou em  contradição por diversas vezes e não conseguiu explicar o seu relacionamento com o adolescente, tampouco rebater as acusações.

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