Caso Daniel

Juíza adia interrogatório dos Brittes por conta de audiência de irmão de Beto Richa

Edison Brittes e seu advogado. Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná

Uma audiência com o irmão do ex-governador Beto Richa (PSDB), José Richa Filho, o Pepe Richa, na Operação Rádio Patrulha, gerou o reagendamento do interrogatório dos réus do caso da morte do ex-jogador Daniel Correa Freitas pela juíza Luciani Regina Martins de Paula, da 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A audiência deveria ocorrer nos dias 5, 6 e 7 de agosto mas, devido a uma indisponibilidade de um dos advogados, a juíza reagendou para começarem em 13 de agosto, com início às 9h, podendo se estender até o dia 15 (com os devidos intervalos para descanso). Edison Brittes, réu confesso, deve ser o primeiro a ser ouvido.

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O reagendamento ocorreu porque o advogado Rodrigo Faucz Pereira e Silva, que defende os réus David Willian Vollero Silva e Ygor King já tem outra audiência marcada para a data envolvendo o irmão de Richa. Como a prioridade é para casos que foram marcados primeiro, a juíza Luciani de Paula precisou fazer o reagendamento do caso Daniel.

A juíza também argumentou que não é necessário esperar a conclusão das oitivas pendentes, nem da chegada dos laudos de celulares que foram solicitados, pois não são considerados “imprescindíveis” para que os réus sejam interrogados.

Das oitivas pendentes resta apenas a de um tio de Edison. Ele deve ser ouvido por carta precatória, no litoral do Estado, por vídeo conferência. A data ainda não foi definida. Outras duas oitivas que estariam pendentes não devem ocorrer porque não foram encontrados os atuais endereços das testemunhas. Quanto às perícias, foram solicitadas as informações de rastreamento de antenas de celular, para verificar as posições por onde andou o celular de Daniel até desaparecer (o celular não foi localizado até hoje) e também a perícia do celular de Cristiana Brittes, que estava no conserto no dia em que o assassinato aconteceu.

Quem vai primeiro?

Se for seguida a cronologia em que aparecem os réus na denúncia do processo, Edison Brittes deve ser o primeiro a ser interrogado. E ainda há uma expectativa de que o interrogatório dele se prolongue por todo o dia 13, uma segunda-feira. Portanto, deve ser um dia exaustivo e com algumas “surpresas”, visto que na fase de investigação policial ele só contou uma parte dos acontecimentos.

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Do momento em que o jogador Daniel é colocado no carro da família Brittes em diante, Edison se calou. Então espera-se que ele fale do início ao fim dos fatos agora. Ele também deve ser interrogado por todas as partes presentes (advogados de defesa, assistente de acusação e promotor do Ministério Público). Por isso, é esperado que a fala de Edison se estenda o dia todo.

Além dele, devem ser ouvidas a sua esposa, Cristiana, e sua filha, Allana Brites, além dos outros réus, Ygor, David, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva e Evelyn Brisola Perusso. Ela é a única ré que está solta e deverá ser a última a ser ouvida.

Júri?

Apesar da juíza adiantar os interrogatórios, não significa que o júri popular dos acusados vá ocorrer em breve. Antes disso, deverão ocorrer as alegações finais dos advogados (que elaboram por escrito a última defesa dos seus clientes, com base em tudo o que foi apresentado nas audiências). Porém as alegações finais também não podem acontecer enquanto todas as oitivas e laudos pendentes não sejam anexados ao processo.

E ainda assim, depois que os advogados conseguirem fazer as alegações finais, há a possibilidade deles entrarem com dezenas de recursos em outras instâncias do sistema judiciário, que podem ir “segurando” o júri.

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Um exemplo desse tipo de ‘manobra’ é o caso do ex-deputado Carli Filho, que matou dois jovens em um incidente de trânsito. Entre as alegações finais e o júri do ex-político transcorreram sete anos, por causa dos recursos de seus defensores. Foi necessário aguardar o julgamento de todos eles.

Mas a diferença entre os dois casos é que Carli Filho estava respondendo em liberdade. Já no caso Daniel, como os réus estão presos, a ação penal tem prioridade e deve tramitar mais rápida. Mas não se espera que o júri ocorra este ano. A data pode ficar para 2020, ou talvez se estenda ainda mais.

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