Investigações

Identificada mulher vítima de esquartejamento no Centro Cívico

Foi identificada a mulher que foi morta e esquartejada no Centro Cívico, em Curitiba, na quarta-feira (2) de finados. Trata-se de Júlia Alvarenga Formizano, 37 anos de idade. Segundo a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ela seria usuária de drogas. O segundo homem, apontado como envolvido no crime, Marco Aurélio Barbosa, 33, foi preso na tarde da última sexta-feira (4).

O motivo do crime ainda é um mistério para a polícia. A DHPP busca saber ainda se uma terceira pessoa não pode ter participação no assassinato, uma vez que se sabe, através das imagens das câmeras de segurança, que os dois homens presos transportaram o corpo.

Foto: Antônio More.
Marco Aurelio Barbosa, foi preso na tarde da última sexta-feira (4). Foto: Antônio More.

A investigação da DHPP descobriu, com um trabalho minucioso do Instituto de Identificação, quem seria a vítima. Conforme as investigações, ela foi namorada de um rapaz, que seria traficante e foi morto por causa das drogas. Essa informação leva os policiais a acreditarem que o motivo da morte da mulher seja o mesmo.

A descoberta de que Júlia era usuária de drogas se deu através dos arquivos da própria DHPP, através de um depoimento que ela deu aos policiais da especializada no passado. “Ela foi testemunha da morte do namorado. Nesse depoimento, ela declarou ser usuária de drogas. Por isso, agora vamos investigar essa outra nova hipótese para o crime”, contou a delegada Sabrina Alexandrino.

"Agora vamos investigar essa outra nova hipótese para o crime", explicou a delegada Sabrina Alexandrino. Foto: Antônio More.
“Agora vamos investigar essa outra nova hipótese para o crime”, explicou a delegada Sabrina Alexandrino. Foto: Antônio More.

Rumos da investigação

Os próximos passos da investigação, conforme a delegada, é encontrar mais testemunhas, isso porque foi através de testemunhas que a identificação dos dois suspeitos foi possível. A informação de um apartamento, fechado, que teria sido o local do crime chegou aos policiais, mas buscas ainda são feitas para chegar a esse suposto local. “Também buscamos ainda descobrir o motivo do crime, localizar o local onde esse assassinato aconteceu e, principalmente, descobrir se existe uma terceira pessoa”.

“Esse segundo suspeito foi o que ajudou o primeiro suspeito a carregar o corpo. Isso nos leva a crer que ele também foi coautor do crime”, explicou a delegada. A princípio, para os investigadores, os dois envolvidos no crime estão detidos. “Nossos autores estão presos, mas pode haver uma terceira pessoa, até mesmo por causa das faixas de luta marcial que foram encontradas amarradas à vítima”. Marco e Márcio José Lara, que já estava preso, continuam detidos e aguardam a conclusão do inquérito policial.

Foto: Antônio More.
Márcio José Lara foi o primeiro a ser preso suspeito do crime. Foto: Antônio More.

Passo a passo na identificação

O trabalho para chegar até o nome de Júlia não foi simples. Até descobrirem de quem se tratava, os policiais precisaram mobilizar pelo menos 10 peritos

Foto: Antônio More.
Peritos compararam a digital do cadáver com as do registro de quando Júlia tinha 2 anos. Foto: Antônio More.

do Instituto de Identificação (II), que trabalharam incansavelmente no exame datiloscópico que chegou ao nome da vítima.

Conforme explicou o vice-diretor do instituto, atualmente são duas formas para se identificar uma pessoa: através do sistema virtual ou manualmente, buscando pelas impressões digitais semelhantes à da pessoa. “Já na noite do crime, recolhemos as digitais e tentamos, por dois dias, a busca pelo sistema. Como não encontramos, partimos para o meio artesanal, que é a busca pelos arquivos que nós temos”, disse Maurício Jorge Lopes.

Na noite de sábado (5), os peritos encontraram a digital semelhante à de Júlia e conseguiram identifica-la. “Nós descobrimos que ela tinha feito o RG quando tinha aproximadamente dois anos e também que ela tinha feito outro RG, em Santa Catarina, anos depois. Com base nisso, a partir da confirmação do Instituto Geral de Perícias de Florianópolis, conseguimos as informações todas e tivemos certeza de que se tratava realmente da Júlia”.

Importância do registro

O trabalho dos peritos reforça a importância de se fazer o Registro Geral (RG) desde a infância. “Isso porque é através dessa informação, que nós podemos identificar as pessoas, não só quando são vítimas de assassinato, mas também, por exemplo, se alguma criança for sequestrada e mudarem o nome dela”, explicou Maurício. Além disso, também é importante que o RG seja atualizado para que mantenha no sistema do Instituto de Identificação, como no caso da segunda via do registro.

Veja o vídeo: