Os ladrões que furtaram as malas e documentos de Rubens Conceição dos Santos, 38 anos, também levaram dele a esperança de um emprego em Curitiba. É que ele tinha no celular o contato com o futuro empregador. Agora, ele quer ajuda para descobrir como falar com Marco Aurélio, encarregado de uma indústria de metal-mecânica na Cidade Industrial.
Rubens trabalha como mecânico de usinagem, com experiência como operador de furadeira radial e ajustador mecânico. Ele disse que está desempregado desde dezembro, quando a empresa em que trabalhava fechou. Desde então, já foi para São Paulo, Macaé e Campinas para procurar emprego.
Recentemente, o carioca recebeu uma ligação do amigo de infância, e perguntou se tinha algum emprego para ele Curitiba. Marco Aurélio respondeu que sim. Rubens relatou que perdeu a esposa em 1º agosto de 2011. Três dias depois, recebeu a notícia que a filha recém-nascida, que ainda estava no hospital, também tinha morrido de parada cardiorrespiratória. “Meu último elo familiar no Rio era minha mãe, que faleceu em dezembro de 2014. Não tinha nada a perder”, desabafou.
Furto
Na quinta-feira (06) de madrugada, Rubens desembarcou na Rodoferroviária de Curitiba. Cansado, ele deitou e cochilou próximo aos pontos de táxi. Quando acordou, a bolsa dele tinha sumido. Ele registrou um boletim de ocorrência do furto no 1º Distrito Policial. E, desde então, tem feito longas caminhadas para fazer novas vias dos documentos e conseguir emprego.
Segundo Rubens, até segunda-feira (10) ele tem abrigo garantido pela FAS. “A primeira coisa que me ofereceram foi a passagem de volta para o Rio, mas eu nunca dependi do governo e eu não quero voltar”, disse. Na quarta-feira (12), a carteira de identidade fica pronta e ele pode solicitar a segunda via da carteira de trabalho.
Entre as dificuldades dele, está a falta de um aparelho celular. Além de não conseguir o número do amigo e acessar o conteúdo das mensagens em que ele indicava como ir à empresa, não pode se comunicar com outras pessoas. “Como que alguém vai entrar em contato comigo se quiser me contratar?”, questionou.
Rubens contou que saiu do Rio com R$ 900, que seriam usados para pagar a hospedagem em um hotel, e agora está apenas com a roupa do corpo.
Quem tiver alguma informação sobre o Marco Aurélio, ou de alguém que queira dar uma oportunidade a Rubens, pode entrar em contato com a Tribuna do Paraná, pelo telefone (41) 9683-9504.
