'Dinastia sindical'

Diretores de sindicato são suspeitos de desviar dinheiro de treinamento de funcionários

Uma investigação da Delegacia de Estelionato (DE) gerou uma operação policial com o objetivo de apurar o  desvio de dinheiro e até falsificação de documentos entre os diretores do Sindicato dos Empregados do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Siemerc). Mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça e cumpridos na manhã desta quarta-feira (3).

Durante o cumprimento, no bairro Cristo Rei, Centro, Bacacheri e Alto da XV, as equipes policiais apreenderam diversos documentos, computadores, pendrive, HD’s externos, celulares, um revólver 38, com 33 munições, e mais de 100 mil em dinheiro.

Conforme as investigações, os valores destinados ao treinamento dos funcionários do sindicato estariam sendo desviados pelos diretores. A polícia descobriu que eles usavam empresas de fachada para a lavagem do dinheiro.

De acordo com o delegado Rodrigo Souza, as evidências apontam de maneira clara para a prática dos crimes de apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro pelos investigados. “Constatamos que diversas pessoas jurídicas registradas em nome dos diretores ou do seu núcleo familiar não possuem sede física”.

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Ainda conforme a polícia, um mesmo núcleo familiar seria responsável pela direção de diversas sedes do sindicato. Da mesma forma seria com os diretores do Instituto de Desenvolvimento e Apoio Social dos Empregados no Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios em Mercados, Minimercados, Supermercados e Hipermercados do Estado do Paraná (Instiemerc) – instituto que supostamente deveria, com os valores arrecadados pelo sindicato, fornecer constante treinamento para seus beneficiários.

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Os diretores do Siemerc estão no comando do sindicato “há mais de 25 anos e fizeram do sindicato uma típica dinastia sindical”, completou o delegado. Todos são suspeitos de estelionato, falsificação de documentos, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Detalhes ainda vão ser passados ao longo do dia.

Armas e munição também foram aprendidas. Foto: Divulgação/Polícia Civil
Armas e munição também foram aprendidas. Foto: Divulgação/Polícia Civil

O ex-presidente Jorge Leonel de Souza, 59 anos, o diretor-financeiro João Daniel Silvestre, 59, e o atual presidente José Carlos Feliciano Moreira, 65 anos, foram ouvidos na especializada, mas não quiseram se manifestar, apenas em juízo. As investigações continuam e a intenção é investigar a procedência do dinheiro apreendido na residência como também verificar se toda quantia encontrada é proporcional aos rendimentos declarados.

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