Crime premeditado

Após crime, ex-marido mandou mensagem e beijou estudante no velório

 

Mesmo sabendo que Mahara D’Avila Scremin, 23 anos, estava morta, o ex-marido ainda mandou mensagens no celular da jovem e chorou no velório e a beijou. A informação foi passada pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta terça-feira (6), dois dias após a prisão de Enio Ivan Bertoncello, 32.

Foto: Gerson Klaina.
A polícia descobriu a autoria do crime através de imagens de câmeras Foto: Gerson Klaina.

“O assassinato, um crime de feminicídio, foi premeditado e cometido por ciúmes, ódio, por querer voltar com ela e não ter conseguido”, disse o delegado Cássio Conceição. A polícia descobriu a autoria do crime através de imagens de câmeras de segurança e o apoio de testemunhas que foram ouvidas.

Conforme as investigações da DHPP, Enio contou que se irritou ao passar pela casa da jovem e ver que havia um carro lá dentro. “Com ciúmes, ele foi até uma farmácia próxima, comprou luvas, foi até em casa e pegou uma faca. Esperou que o rapaz saísse da casa dela, apertou a campainha e quando ela o atendeu, já a asfixiou. Eles não discutiram, ele já entrou na casa a matando”.

Enio esperou que o rapaz saísse da casa dela, apertou a campainha e quando ela o atendeu, já a asfixiou. Foto: Divulgação/Polícia.
Enio esperou que o rapaz saísse da casa dela, apertou a campainha e quando ela o atendeu, já a asfixiou. Foto: Divulgação/Polícia.

Enio e Mahara ficaram juntos por três anos e estavam separados há quase três meses. Neste tempo, o homem tentou voltar algumas vezes com ela, mas a jovem não quis mais. Aos policiais, ele teria confessado o crime e não se omitiu em momento algum. Para o delegado, as características de Enio são de uma pessoa fria. “Um assassino mesmo, que teve sangue frio e premeditou tudo”.O corpo de Mahara, que era estudante de Direito, foi encontrado na noite de quarta-feira (31), mas o crime aconteceu bem antes. “Toda a dinâmica do assassinato aconteceu um dia antes”.

O delegado contou que os policiais encontraram sangue no carro de Enio, que vai responder pelo crime de homicídio qualificado e aguarda preso à disposição da Justiça. Caso seja condenado, a pena varia de 12 a 30 anos de reclusão.

Foto: Reprodução/Facebook
Toda a dinâmica da morte de Mahara foi premeditada, disse o delegado. Foto: Reprodução/Facebook

Exames

Em nota enviada à Tribuna do Paraná, a defesa de Enio ressalta que as investigações da Polícia Judiciária ainda não se findaram, “principalmente no que tange à conclusão dos imprescindíveis exames técnicos e periciais”. “Por conta disso, consideremos que uma confissão extrajudicial deve estar em plena consonância a todo o conjunto de provas contidas no inquérito policial, ou seja, embora tenha o investigado Sr. Enio assumido a autoria do crime diante da autoridade policial, a presunção absoluta de sua culpa somente poderá se dar após o deslindamento do processo criminal”, afirma o advogado Thiago Vianna Lopes.

Vídeo

Veja o momento da prisão de Enio Ivan Bertoncello: