Segundo a FGV, investimentos têm crescido com economia estável

A confiança de que a economia brasileira vai manter a estabilidade e o crescimento nos próximos anos está levando os empresários a ampliarem seus investimentos em capital fixo. "A indústria está começando uma fase de aceleração mais forte das taxas de crescimento, mas não de forma explosiva como em outros anos, e com uma realização de investimentos", afirma o coordenador da pesquisa Sondagem Conjuntural da Indústria da Transformação – Quesitos Especiais, Aloisio Campelo.

Segundo ele, os indicadores da pesquisa comprovam que os empresários avaliam que o atual crescimento da economia é mais forte inclusive do que o de 2004. "A economia está mais estável desde o segundo semestre de 2003. Ela acelerou e desacelerou, mas não entrou em recessão. Além disso, os fundamentos macroeconômicos estão se tornando cada vez mais sólidos", explica.

A pesquisa divulgada revela que 34% dos empresários pretendem ampliar seus investimentos no segundo semestre deste ano, mesmo porcentual do primeiro semestre, ante a anterior. Porém, os executivos que afirmavam reduzir seus investimentos caiu de 21% para 14%, no mesmo período. "Isso demonstra que a estabilidade econômica está levando a uma melhora das expectativas dos empresários.

Os segmentos industriais que afirmam que investirão mais no segundo semestre deste ano ante o primeiro são os de vestuário e calçados (37%), mecânica (28%), química (24%), papel e celulose (59%) e metalúrgica (48%). Campelo explica que os empresários do setor calçadista e de vestuário que no primeiro semestre pretendiam investir menos reverteu a tendência. "Há um retorno dos investimentos neste setores. A sinalização do governo de que vai prover medidas compensatórias ao câmbio provocou essa reversão de tendência", disse, acrescentando que os setores de papel e celulose, química e metalúrgica estão se beneficiando dos preços externos e do mercado interno aquecido.

Enquanto isso, o levantamento da sondagem da FGV aponta que os setores de produtos alimentares, minerais não-metálicos e material de transporte foram os segmentos que mais recuaram na previsão de investimentos em capital fixo. Campelo ressalta, no entanto, que essa é a primeira vez que o resultado é divulgado. "A desaceleração pode ser sazonal, mas ainda não temos base para afirmar." Em relação ao primeiro semestre, a expectativa dos empresários em aumentar os investimentos no segundo semestre recuou de 40% para 24% em produtos alimentares, de 39% para 27% em materiais não-metálicos, e de 46% para 32% em materiais de transporte.

Entre os setores industriais que indicam como principal motivo para o investimento expandir a capacidade produtiva, o de bens de capital se destaca, com crescimento de 18% em abril de 2006 para 44% no mesmo mês deste ano. "Isso reflete o maior crescimento da capacidade produtiva das indústrias, que estão se aproveitando da estabilidade que a economia vem apresentando nos últimos anos para investir", afirma. O setor de material de construção também cresceu, passando de 35%, em abril de 2006, para 41% no mês passado.

A pesquisa ouviu 1.075 empresas de 24 estados entre os dias 2 e 30 de abril.

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