Segunda prévia do IGP-M de maio registra deflação de 0,03%

Rio de Janeiro – A segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio registrou deflação de 0,03%. No mês anterior, a mesma prévia tinha apurado variação nula dos preços e o índice consolidado da inflação para os 30 dias acabou fechando em 0,04%.

A segunda prévia de maio, divulgada nesta segunda-feira (21) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), considera a variação de preços durante 20 dias e serve para acompanhar a evolução do comportamento da inflação mensal fechada pelo IGP-M no dia 20 de cada mês, que é utilizado como base para reajustes de contratos de energia elétrica e de aluguéis.

De acordo com o levantamento, que apurou a variação dos preços entre 21 de abril a 10 de maio, as taxas de inflação recuaram em relação à segunda prévia de abril nos preços ao consumidor de 0,34% para 0,13% e nos custos da construção civil de 0,48% para 0,47%, dois dos três índices considerados na formação do IGP-M.

Segundo o coordenador da pesquisa, Salomão Quadros, o recuo na inflação para o consumidor foi o que mais contribuiu para a redução no IGP-M de abril para maio, mas são os preços no atacado, terceira categoria que compõe o IGP-M, que continuam mantendo os patamares baixos de inflação. ?As taxas (de inflação) estão muito baixas e nesse mês até ficaram abaixo de zero. O índice de Preços no Atacado (IPA) não contribuiu para uma nova desaceleração, mas ao permanecer negativo contribuiu para que o IGP-M ficasse negativo?, explicou o técnico da FGV.

Segundo Quadros, dois fatos novos garantiram a permanência de deflações no atacado: a redução nos preços dos combustíveis e dos alimentos in natura, ambos beneficiados pela safra agrícola. ?O início da safra de cana já está produzindo efeitos de queda do preço do álcool etílico, e a tendência é que esse índice se torne negativo com impacto sobre a gasolina. Outra coisa importante é que no o IPA no mês passado estava pressionado pelos alimentos in natura e eles agora estão em queda. Esses dois fatos são diferenciados em relação ao mês passado?, explicou. O movimento foi observado na variação dos preços de bens finais que retrocederam de alta de 0,64%, em abril, para deflação de 0,14%, em maio.

Os dois fatores foram determinantes para manter a deflação no IPA, mas o índice desacelerou menos do que em abril (variação de menos 0,21% para menos 0,16%), por causa de altas no preço de metais, principalmente o cobre, que é largamente utilizado em materiais e componentes na produção industrial.

As matérias-primas da indústria continuam com preços em queda, por causa do bom desempenho do setor agrícola, em período de safra. No entanto, segundo a pesquisa da FGV, a deflação foi menor do que no mês anterior (variação de menos 2,51% para menos 2,32%).  Mandioca (aipim) e leite in natura foram dois itens com alta de preços enquanto que o do milho caiu com menos intensidade.    

A influência positiva da agricultura também foi o que determinou a redução nos preços ao consumidor. Das sete classes de despesas consideradas nesta categoria de preços, a de alimentação foi a única que contribuiu para a desaceleração do índice, passando de 0,48% para deflação de 0,77%. O recuo foi provocado principalmente pela queda dos preços de  hortaliças, legumes e frutas.

Para Salomão Quadros, a tendência é de baixa na inflação, pois as reduções observadas nesta prévia no atacado, rapidamente vão chegar aos preços ao consumidor.

?A chegada da nova safra, a redução no preço do álcool, a redução dos alimentos in natura isso rapidamente se propaga para o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) que por enquanto ainda não pegou nada disso. O item transportes do IPC ainda está se acelerando. Mas acho que é só uma questão de tempo para haver essa inversão?, avaliou Quadros.

A primeira prévia do Índice IGP-M de maio, relativa aos dias 21 e 30 de abril, divulgada no início do mês pela Fundação Getúlio Vargas mostrou deflação de 0,19% no período.

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