Seca impede que navios de carga atraquem em Manaus

Manaus (AE) – Pelo menos cinco navios de carga que deveriam atracar nos portos de Manaus nas próximas três semanas tiveram suas viagens canceladas em razão da sece que atinge a região. O motivo é que os navios de carga com nove metros de calado (a parte do casco que fica submersa) estão impossibilitados de passar por dois pontos críticos no rio Amazonas no caminho da capital.

O pior, segundo o presidente da empresa Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (Proa), Carlos Tavares, é o ponto da Passagem do Tabocal, a 44 quilômetros de Manaus. "Neste ponto, nem mesmo navios com calados menores que nove metros estão passando no período noturno", disse. O outro ponto é a Ilha das Onças, a 70 quilômetros de Manaus.

Segundo Carlos Tavares, uma média de 12 navios de carga de grande porte atraca semanalmente nos portos de Manaus. Nas últimas duas semanas, apenas dois – o Maracanã e o Flamengo – conseguiram passar pelos pontos críticos do rio Amazonas. "De Tabatinga até Manaus, por exemplo, há mais de 50 pontos críticos fazendo com que as viagens tenham de ser feitas não só com menor volume de cargas, mas com atenção redobrada e tempo de viagem mais que dobrado", contou.

Só o Maracanã, que tem um calado de nove metros, possui 192 metros de comprimento e pesa 30 mil toneladas. Com esse porte, o navio tem a capacidade de transportar 2,5 mil conteineres e traz para Manaus componentes para a indústria de eletroeletrônicos, roupas e alimentos não perecíveis.

A equipe do SOS Interior, que coordena as ações de ajuda aos ribeirinhos por conta da seca, já chegou a 1.373 comunidades e 33 mil famílias, de acordo com o coordenador José Melo. A estimativa inicial era de que a seca tivesse atingido um número menor: 914 comunidades. De acordo com Melo, ainda falta entregar pouco mais da metade dos alimentos, do total de 1,6 mil toneladas.

Na próxima semana, a ajuda chega aos 12 municípios do Baixo Amazonas. Já foram distribuídas, segundo o coordenador do SOS Interior, 887 toneladas de alimentos e 36 toneladas de medicamentos.

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