SC tem novas normas para preparo e venda de caldo de cana e sucos

Após o surto da doença de Chagas aguda em Santa Catarina, transmitida por caldo de cana, a Vigilância Sanitária do Estado criou novas normas para o preparo e comercialização do produto, que vale também para todos os sucos de frutas servidos in natura. Por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), essas medidas serão estendidas para todo o País depois de discutidas em página a ser colocada na internet (www.anvisa.gov.br).

Em Santa Catarina foram cadastrados 640 pontos-de-venda de caldo de cana, fixos ou ambulantes. Além das medidas já adotadas para o setor de alimentos em geral, como atestado de saúde, uso de gorro e avental, o comércio de sucos in natura terá de usar copos descartáveis, lixeira com tampa e pedal e material impermeável no local da moenda e da matéria-prima.

Na zona rural, os pontos terão de usar telas nas janelas e dutos de ventilação.

Campanha

Os comerciantes de caldo de cana de Santa Catarina, impedidos de trabalhar desde o dia 22 de março, pediram uma campanha pró-consumo do produto. E serão atendidos: cinco mil panfletos serão produzidos com o slogan "Caldo de cana faz bem". Outros 45 mil terão como tema "Você é o responsável", para incentivar a população a exigir que as normas sejam cumpridas. Para amenizar o prejuízo dos comerciantes, a Caixa Econômica Federal vai conceder microcrédito destinado a adaptar as instalações. Os pontos-de-venda serão liberados um a um, após inspeção da Vigilância Sanitária.

Em Florianópolis não há mais nenhum paciente internado com doença de Chagas confirmada ou com suspeita. Suzana Zeeccer, da Vigilância Epidemiológica, disse hoje que eles continuam recebendo tratamento e acompanhamento médico em casa. Oficialmente, passou-se a considerar apenas três os óbitos confirmados pela doença de Chagas aguda. Os outros dois ainda necessitam do resultados de novos testes, "para estabelecer o vínculo epidemiológico", explicou Suzana.

Ela disse também que os barbeiros e o material colhido de pequenos animais ao redor do ponto de contaminação, em Navegantes (a 90 km de Florianópolis), estão sendo enviados para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e para a Universidade Federal de Santa Catarina, onde estão sendo analisados.

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