Saúde reforça vigilância em clínicas de hemodiálise, em Curitiba

A Secretaria Municipal de Saúde intensificou a vigilância sobre as clínicas especializadas em hemodiálise, devido ao racionamento de água. O objetivo é assegurar que a água esteja em condições de uso mesmo quando fornecida por caminhões-pipa. "É um cuidado a mais em um processo de fiscalização que já é rigoroso em períodos normais, pois está em jogo a vida de quase mil pessoas", disse o vice-prefeito e secretário municipal da Saúde, Luciano Ducci.

Em Curitiba, 971 doentes renais crônicos freqüentam as 11 clínicas especializadas. Desse total, 763 são usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Na hemodiálise, a água tratada com soluções ácido-básicas tem papel importante na difusão do sangue. A cada sessão, são necessários 200 litros por paciente. Como cada paciente faz em média três sessões semanais e Curitiba tem 971 pessoas em tratamento, isso significa um consumo mínimo semanal de 194,2 mil litros.

Com o racionamento, a solução para algumas clínicas foi instalar cisternas adicionais ou recorrer ao telefone 115, da Sanepar. Garantido o fornecimento, é necessário redobrar o cuidado para que a qualidade da água seja a mesma do abastecimento normal.

Vigilância

Antes de abastecer as cisternas, as clínicas devem verificar tanto o caminhão quanto a água. "O primeiro passo é receber e checar o laudo da Sanepar. Também é indispensável observar se o veículo está lacrado e identificado como de uso exclusivo para o transporte de água potável", orienta a técnica da Vigilância Sanitária municipal, Izabel Taraska, responsável pela fiscalização dos estabelecimentos de hemodiálise e quimioterapia.

A seguir, o técnico responsável da clínica deve abrir a carga e verificar seis itens: o pH e o cloro, já checados pela Sanepar, e também sabor, odor, cor e turbidez. Se todos esses fatores estiverem dentro dos padrões, a água pode ser transferida para a cisterna da clínica, onde passa por nova avaliação. "É preciso checar se, em contato com as paredes da caixa, não houve qualquer reação que alterasse a qualidade da água", explica Izabel.

A água, no entanto, ainda não está liberada. A última etapa é o tratamento para diminuição dos níveis de concentração de cerca de vinte itens – entre elementos físico-químicos, bactérias, toxinas e coliformes, que podem contaminar e intoxicar o organismo do paciente. Somente aí, então, a água poderá ser direcionada para as máquinas de hemodiálise.

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