Pelo quarto ano consecutivo, a Copa Libertadores será prioridade para o São Paulo. Tanto que o planejamento da diretoria para 2007 – que já está pronto – gira em torno da lucrativa competição internacional. Não poderia ser diferente. Afinal, só neste ano, por exemplo, o Tricolor faturou mais R$ 10 milhões de renda bruta nos jogos do Morumbi. Somam-se a essas cifras algumas centenas de milhares de dólares de premiação da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) recebidas ao longo do torneio.
A diretoria continuará apostando na formação de um elenco forte, sem destaques individuais, sem estrelas, mas bom coletivamente. Uma equipe com ?22 titulares?, como gostava de dizer o ex-presidente do clube, Marcelo Portugal Gouvêa.
A corrida nos bastidores começou faz tempo. Além de tratar da renovação de contratos que se encerram no fim de dezembro – casos do zagueiro Fabão, do meia Danilo e do volante Mineiro -, os dirigentes já se mobilizam atrás de reforços – o lateral-esquerdo Jadílson foi o primeiro a fechar com o Tricolor por três anos.
Manter a base que já vem jogando há dois, três anos, é fundamental. No entanto, os dirigentes parecem conformados em perder Fabão e Danilo. O zagueiro dará adeus aos torcedores são-paulinos após a disputa das duas últimas rodada do Nacional. O novo time do defensor deve ser o japonês Kashima Antlers. Para o seu lugar, o São Paulo está negociando com Adaílton, ex-Rennes da França.
Já o meia Danilo ainda não renovou. Segundo o presidente Juvenal Juvêncio, a situação do atleta é muito complicada. Caso o atleta deixe o clube, o Tricolor pretende fechar com o meia-atacante Dagoberto, do Atlético-PR.
O time dirigido pelo treinador Muricy Ramalho ainda pode perder o seu principal destaque, o Mineiro. O jogador está negociando com o São Paulo uma extensão de seu contrato por mais quatro anos. ?O Mineiro é um jogador importante para o São Paulo e representa muito para a torcida. Vamos conversar e acho que ele tem boas chances de seguir em 2007?, disse Juvenal Juvêncio.
Um elenco diversificado possibilitaria disputar duas competições simultâneas sem precisar abrir mão desse ou daquele título. O plano já seria colocado em prática a partir do Campeonato Paulista. Em jogos no Morumbi, o São Paulo entraria em campo com a força máxima. Em partidas no interior – em 2007 haverá disputas em cidades ainda mais distantes da capital – jogará um time misto.
Para conseguir montar esse esquadrão, a diretoria trabalhará da mesma forma. Sem extravagâncias e loucuras, mas apostando em atletas que estão em fim de contrato em seus atuais times e que chegariam sem custo algum. É verdade que o clube pode abrir o bolso às vezes, como aconteceu com Jadílson, que tinha contrato com o Goiás até 2009 e veio por R$ 2 milhões.
O Tricolor fica tão ligado nesse ?mercado? que o diretor de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, revelou ter uma enorme lista com nomes de jogadores de todos os concorrentes que ficarão sem contrato no fim do ano. A confiança é tanta que o dirigente garantiu já ter até a data de apresentação dos reforços para a próxima temporada.
Para completar, o time também fará excursões ao redor do mundo para encher os cofres e reforçar a marca do São Paulo Futebol Clube no exterior. Em janeiro, jogos na Índia já estão agendados. China, Los Angeles e San Francisco – ambos nos Estados Unidos -, podem ser outros destinos para amistosos do clube do Morumbi. ?Como recusar um convite com tudo pago e ainda voltamos com um dinheirinho no bolso??, diz Lopes.